quarta-feira, 18 de maio de 2011

“SERIA DESASTROSO” SAÍDA DAS TROPAS INTERNACIONAIS DE TIMOR LESTE




EL – LUSA

Lisboa, 11 mai (Lusa) -- A saída das tropas estrangeiras estacionadas em Timor-Leste, ao serviço das Nações Unidas, e os militares australianos e neozelandeses da Força Internacional de Estabilização, "seria desastroso", disse hoje à Lusa o jurista Armando Marques Guedes.

Instado a comentar se Timor-Leste está preparado para deixar de ter militares estrangeiros no seu território, que foram chamados pelas autoridades durante os graves incidentes de 2006, Armando Marques Guedes defende que o país "ainda não está preparado" para tal.

"Em minha opinião não. Ainda é muito cedo, do ponto de vista da construção do Estado, da estabilização institucional, no apagamento ou no esbatimento das divisões tanto etnolinguísticas, como ideológicas, para Timor conseguir sobreviver sem uma presença externa", frisou.

Armando Marques Guedes falava à Lusa à margem do seminário "Timor-Leste -- Contributo de Portugal para a Construção do Estado", organizado pela Academia Militar.

"Acho desastroso se Timor tentar ir por essa via de uma autonomização e independência absoluta", acrescentou.

A atual Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), que integra 126 militares da Guarda Nacional Republicana, de Portugal, teve o mandato prorrogado em fevereiro passado por mais 12 meses, que vigorará até à realização das eleições presidenciais e legislativas.

Relativamente à ISF, com cerca de meio milhar de efetivos australianos e neozelandeses, tanto o Presidente José Ramos-Horta como o primeiro-ministro Xanana Gusmão já expressaram publicamente o desejo de ver partir aqueles militares depois de 2012.

Camberra, pelo contrário, defende a sua manutenção em Timor-Leste até 2020.

Durante a intervenção no seminário, Armando Marques Guedes referiu-se às ISF como "forças de ocupação", as quais, sublinhou, não acredita que saiam de Timor nos próximos tempos.

Quanto à continuação da GNR, sem ser sob mandato das Nações Unidas, como sucede atualmente, o jurista defendeu a manutenção das atuais instalações dos militares portugueses como uma "base portuguesa".

"Eu advogaria, caso o Estado português tenha dinheiro - vontade política tem certamente para isso -, manter as magníficas instalações da GNR como uma base portuguesa lá. Funcionava como um dissuasor", sustentou.

Na sua intervenção, Armando Marques Guedes antecipou o que acha que será o resultado das legislativas de 2012, mantendo-se o mesmo cenário saído do anterior escrutínio, realizado em 2007.

"A FRETILIN volta a ganhar, mas sem maioria absoluta, e de novo vai ser formada uma coligação de conveniência para a impedir de governar", destacou.

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