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Banguecoque, 29 jun (Lusa) - A líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, foi alertada pelo governo de que a sua formação política é ilegal, informou hoje a imprensa local que prevê distúrbios se a Nobel da Paz realizar o périplo que anunciou pelo país.
O ministério do Interior da Birmânia enviou uma carta a Suu Kyi em que alerta que a Liga Nacional para a Democracia 8LND) foi dissolvida em setembro de 2010 por não ter sido inscrita para participar nas eleições de novembro.
"Estas ações não só violam a lei como são a vários níveis uma afronta às assembleias legislativas formadas pelos representantes eleitos de acordo com a Constituição aprovada pelo povo", refere a missiva publicada pelo diário oficial "Nova Luz de Myanmar".
A Liga Nacional para a Democracia, que venceu por larga maioria as eleições de 1990, boicotou as últimas eleições por considerar que faziam parte do plano dos militares para se manterem no poder.
O governo instou Suu Kyi na sua carta a realizar os trâmites burocráticos necessários para criar uma "organização social se deseja desenvolver actividades sociais como grupo".
Suu Kyi, que foi libertada a 13 de novembro depois de sete anos e meio de prisão domiciliária, anunciou em maio que planeava fazer um périplo por diferentes regiões da Birmânia (Myanmar), provavelmente em julho.
A última vez que a líder da oposição desenvolveu tal iniciativa acompanhada de seguidores da Liga Nacional para a Democracia foi em 2003, quando foi detida pouco depois de dezenas de partidários do regime terem morto 19 pessoas num ataque à sua comitiva.
"Preocupa-nos muito que, se a senhora Aung Suu Kyi viajar às regiões, se instale o caos e ocorram distúrbios como sucedeu anteriormente", referem hoje os editoriais de vários diários birmaneses.
Em março, a Junta Militar transferiu o poder para um governo civil, formado na sua maioria por ex-generais ligados ao regime anterior.
*Foto em Lusa
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