quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Guiné-Bissau: Oposição considera mudança de Procurador-Geral "estratagema político" do PR




MB - LUSA

Bissau, 03 ago (Lusa) -- Os partidos da oposição da Guiné-Bissau que exigem a demissão do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, consideram um "estratagema político" do Presidente Malam Bacai Sanhá a mudança na chefia da Procuradoria-Geral da República.

Em comunicado, a que a Agência Lusa teve acesso hoje, os partidos que reclamam a demissão do primeiro-ministro afirmam que a troca do Procurador-Geral operada por Malam Bacai Sanhá "não fará com que baixem os braços" na sua luta pela "afirmação da justiça" no país, nomeadamente pelo esclarecimento dos assassínios de dirigentes políticos ocorridos em 2009.

"Não julgue o senhor Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, que com este estratagema de mudança na chefia do órgão que tutela a ação penal, o Colectivo da Oposição Democrática baixará os braços. Antes pelo contrário", assinala o comunicado.

O Presidente da Guiné-Bissau exonerou, terça-feira, o Procurador-Geral da República, Amine Saad, e para o seu lugar nomeou Edmundo Mendes, que exercia funções de diretor-adjunto da Polícia Judiciária.

"O decreto de destituição do Procurador-geral da República, não só vem dar razão a este Colectivo da Oposição Democrática, como também vem alertar, de que poderá estar em curso, uma nova estratégia de enviar para as calendas gregas a resolução deste espinhoso problema", adianta ainda o comunicado, referindo-se aos casos de assassínios políticos.

O auto-denominado coletivo da oposição democrática, que reagrupa 17 partidos, na sua maioria sem representação parlamentar, diz ainda que não se desistirá enquanto o Presidente Malam Bacai Sanhá não exonerar o primeiro-ministro.

"A nossa luta contra a impunidade do primeiro-ministro, a nossa reivindicação política, moral e ética, para que Carlos Gomes Júnior assuma as suas responsabilidades na desastrosa condução das operações que levaram o esquadrão da morte, sob o comando de Zamora Induta, a assassinar barbaramente os deputados Hélder Proença e Baciro Dabó, não cessarão até que as mesmas sejam esclarecidas", lê-se no documento.

O documento assinala ainda que a marcha marcada para a próxima sexta-feira, para exigir a demissão do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, vai mesmo ter lugar, a partir das 09 da manhã, menos uma hora em Lisboa.

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