sábado, 8 de outubro de 2011

GOVERNOS DA AMÉRICA LATINA QUEREM MAIS CENTRAIS NUCLEARES… E PORTUGAL?




ALEMANHA: ADEUS À ENERGIA NUCLEAR

DEUTSCHE WELLE

Enquanto a Alemanha decide abdicar de suas centrais atômicas até 2022, na América Latina, com seus recursos renováveis, a tecnologia nuclear é considerada questão estratégica e de prestígio. (DW)


PORTUGAL “NA CALHA” PARA ADQUIRIR CENTRAIS NUCLEARES

ROMANO PRATES*

Portugal não está isento de seguir os passos de países da América Latina e adquirir centrais nucleares (ao menos uma). Para isso os eleitores portugueses tiveram a “habilidade” de colocarem no poder presidencial Cavaco Silva, um sério admirador da energia nuclear por uma questão de ser barata – é sabido que para Cavaco o que conta são os números e não a saúde da natureza ou humana.

Mais recentemente os eleitores portugueses mantiveram a “habilidade” e elegeram outro nuclearista energético: Passos Coelho. É público, mas escamoteado quanto baste, pelo menos sem que a comunicação social dê o devido destaque, que um e outro são confessáveis adeptos das centrais nucleares para Portugal, e que se danem as péssimas consequências para os portugueses porque o que conta é o economicismo imediato que de um dia para o outro porporciona fortunas a uns quantos - que depois se permitem oferecer benesses a políticos como recompensa.

Como sempre, quando das campanhas eleitorais e nos seus programas partidários ou individuais – no caso de Cavaco a PR – eles omitem por sistema e descaradamente a verdade que contêm nos seus planos para o país. Anunciam aquilo que consideram que é agradável aos eleitores e não o que deviam de fazer: serem honestos, transparentes.

Compete aos portugueses estarem devidamente atentos nos próximos anos e não caírem na esparrela costumeira das loas de Cavaco Silva com as suas perspetivas económicas se Portugal optar pela instalação de centrais nucleares. O que é dito de Cavaco, presidente de uma minoria de portugueses, serve para Passos Coelho, primeiro-ministro de um governo que disse discordar dos PECs do PS-José Sócrates mas que na atualidade está a pô-los em prática com muito maior incidência e de modo muito mais selvagem.

Aliás, Cavaco Silva, quando do seu discurso que deu origem à demissão de José Sócrates, manifestou o seu desagrado pelas ações do governo em prejuízo da população e agora tem estado de pedra e cal a apoiar medidas muito mais injustas e apelativas ao sacrifício dos portugueses só porque é um PR laranja (PSD) bajulante do grande capital nacional e internacional. Categoricamente presidente de uns quantos, principalmente daqueles que foram e são obreiros da “crise nacional”. Ele próprio também há-de ter a sua quota-parte de responsabilidade pela famigerada “divida” quando foi por dez anos primeiro-ministro do país.

A previsão é a de que Portugal está na calha para instalar centrais nucleares neste pequeno retangulo logo que Cavaco, Coelho e os seus nuclearistas considerem oportuno "trabalhar" a ideia… Talvez sob a forma de um referendo com uma campanha viciada. Os portugueses que se cuidem.

*Romano Prates é do coletivo de Página Global e reside no Canadá.

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