sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Jovens manifestantes detidos podem ser postos em liberdade hoje pelo Tribunal Supremo




NME - LUSA

Luanda, 14 Out (Lusa) - Os 18 jovens manifestantes detidos há um mês, em Luanda, Angola, e a cumprir penas foram notificados a comparecer hoje no Tribunal Supremo, o que pode indicar a sua libertação, segundo um advogado.

Segundo um dos advogados de defesa, Luís Nascimento, as cadeias de Viana e de Kákila, a última na província do Bengo, receberam na quinta-feira notificações para que os jovens manifestantes detidos na sequência da manifestação de 03 de setembro estejam hoje presentes no Tribunal Supremo.

Luís Nascimento disse à Lusa que este procedimento "só pode significar a libertação dos jovens" e o pedido da sua presença em tribunal, "o cumprimento de alguma formalidade".

"Estávamos à espera que fossem apenas emitidos os mandados de soltura, mas o tribunal assim decidiu e vamos ver por que será", disse Luís Nascimento, que não vai estar presente no tribunal, por ter já viagem marcada hoje para a província de Cabinda.

Os 18 jovens que hoje comparecem em tribunal foram condenados no passado dia 12 de setembro, pelo crime de ofensas corporais, a prisão efetiva de 45 a 90 dias, julgados pelo tribunal de polícia de Luanda, na sequência da sua detenção a 03 de setembro.

O grupo de advogados da defesa interpôs recurso à decisão do tribunal, que passado mais de um mês, é agora respondida.

Os detidos faziam parte de um grupo de jovens manifestantes que a 03 de setembro realizaram uma manifestação em Luanda contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, utilizando o slogan "32 é muito", numa referência ao tempo de permanência do Chefe de Estado de Angola no poder.

A manifestação que deveria ter sido pacífica acabou em tumultos com a polícia, quando o grupo de manifestantes decidiu partir em direção ao Palácio Presidencial, ultrapassando o espaço definido para a realização da ação.

Em resposta à intenção do grupo, a polícia realizou várias detenções, tendo sido conduzidas à cadeia 21 pessoas, que foram julgadas e condenadas, 18 deles a penas de 45 e 90 dias e os restantes absolvidos, onde se incluiu a única mulher do grupo, Ermelinda Freitas, afecta ao partido Bloco Democrático.

Entre o grupo de condenados a 90 dias de prisão, um total de cinco, encontra-se Carbono Casimiro, um dos principais organizadores da manifestação.

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