quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Macau: DEZENAS DE PROFISSIONAIS PARTICIPAM NO PRIMEIRO CONGRESSO DE JORNALISTAS




DM - LUSA

Macau, China, 22 nov (Lusa) - Dezenas de profissionais dos 'media', incluindo da Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa, vão estar reunidos em Macau, em dezembro, para participar do primeiro congresso de jornalistas de Macau, que pretende ser um espaço de "reflexão".

A iniciativa, organizada pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM), decorre de 10 a 11 de dezembro, logo a seguir ao encontro dos membros da Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa, a ter lugar no território no dia 09.

Entre membros convidados e observadores estarão presentes no congresso, que inclui cinco painéis, cerca de 35 jornalistas e representantes de órgãos de comunicação social ou outras instituições, a somar aos locais que aderirem à iniciativa, afirmou o presidente da AIPIM, Paulo Azevedo, à Agência Lusa.

Apesar de ser um congresso de jornalistas locais, Paulo Azevedo adiantou que estarão presentes "vários órgãos de Cantão e de Hong Kong como observadores" e "jornalistas convidados" idos de Portugal, que têm acompanhado Macau ao longo dos anos, bem como correspondentes em Pequim, casos de Paul Mooney, do South China Morning Post, e António Caeiro, da Agência Lusa.

As tendências e os desafios globais do jornalismo "abrem" o primeiro dia do congresso. Segue-se um debate sobre os 'media' tradicionais e novos 'media' e o papel das redes sociais. Tema este a ser discutido por académicos e figuras como Phil O'Sullivan, produtor executivo da CNN em Hong Kong, ou João Paulo Meneses, editor da Rádio TSF.

O terceiro painel versa, especificamente, sobre os 'media' de Macau, devendo culminar num debate sobre os caminhos para o futuro.

"Jornalismo de investigação 'versus' grupos económicos e o poder político" motiva um outro painel que tem como orador Rui Costa Pinto, "jornalista do Independente, Diário de Notícias e Visão forçado a abandonar a profissão depois de um caso interessante que o opôs ao antigo primeiro-ministro", disse o presidente da AIPIM. José Pedro Castanheira, do Expresso, será outro dos convidados.

Já o último painel é subordinado aos direitos e deveres dos 'media', assunto sobre o qual vão falar nomeadamente Óscar Mascarenhas, que foi presidente do Conselho Deontológico, e Paulo Cardinal, jurista da Assembleia Legislativa de Macau.

Os painéis "não são fechados, vai haver partilha de opiniões" e "um espaço para perguntas", esperando-se que estes sejam "muito mais interativos para que possamos ter algumas moções de resolução", afirmou Paulo Azevedo.

No final, realçou, "vamos apreciar as propostas de resolução ou as moções, discuti-las e votá-las e esperamos ter algum documento de trabalho que possamos mostrar e partilhar com outros setores da sociedade civil de Macau".

Já a reunião da Federação trará "dois enviados dos sindicatos ou de associações profissionais de praticamente todos os países de língua portuguesa, excetuando Timor-Leste por não ter uma estrutura organizada", explicou Paulo Azevedo.

Segundo adiantou, "vão essencialmente debater os dois anos de mandato da direção", apreciar as contas e as ações e abordar a "tentativa de lançamento" do prémio internacional José Hamilton Ribeiro.

"Estamos a tentar lançar também o prémio internacional de jornalismo de língua portuguesa", disse, acrescentando que vão ser debatidos regulamentos, patrocínios e parcerias.

"Macau deve ser parte integrante da Federação", disse, pois, justificou, "o Português também é língua oficial de Macau até 2049", defendeu, ao dar conta da resposta "muito positiva" em 2010, aquando da participação da AIPIM numa reunião no Brasil, que tem de ser ratificada exatamente em assembleia-geral.

"Espero que Macau passe a ser membro de pleno direito", afirmou Paulo Azevedo, considerando que "se continuarmos fechados, sozinhos, muito mais dificilmente podemos crescer como profissionais".

Sem comentários:

Mais lidas da semana