quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PETROBRAS NÃO QUER DIVIDIR MULTAS MILIONÁRIAS COM A SÓCIA CHEVRON




ANDRÉ BARROCAL – CARTA MAIOR

Presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, evitar fazer comentários em público, mas empresa já estuda saída jurídica para não pagar multas junto com a Chevron. Para Petrobras, sócia não tomou providências necessárias quando soube de mancha de óleo no mar. Empresa brasileira pesquisou, sem sucesso, se havia petróleo na camada pré-sal no campo em que houve desastre.

BRASÍLIA – Sócia da Chevron no campo petrolífero no litoral do Rio em que houve derramamento de óleo, a Petrobras está convencida de que a parceira tem culpa pelo desastre e não pretende dividir o pagamento de multas e indenização cobradas da norte-americana, que até agora totalizam R$ 260 milhões.

Em entrevista nesta quarta-feira (23), o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, contornou o assunto, até pela sociedade que tem com a Chevron, uma das gigantes petrolíferas mundiais. Uma fonte da Petrobras, porém, disse à Carta Maior que a estatal já estuda, do ponto de vista jurídico, uma forma de não dividir a conta.

Para a Petrobras, a Chevron não tomou as providências necessárias depois de informada pela sócia, dia 8 de novembro, de que havia uma mancha de óleo no mar perto do campo em que as duas são parceiras. No mesmo dia, a Petrobras comunicou o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). A Chevron só descobriu derramamento de óleo no dia 9.

A Petrobras tem 30% do campo Frade, onde ocorreu o desastre, mas toda a atividade operacional é de responsabilidade da Chevron.

A estatal não acredita que o desastre tenha sido causado por tentativa da sócia de extrair petróleo na camada pré-sal sem autorização. A hipótese foi levantada pelo delegado da Polícia Federal (PF) que abriu inquérito contra a Chevron, Fabio Scliar.

Nas reservas já conhecidas, o petróleo da camada pré-sal fica a pelo menos 5 mil metros de profundidade no mar. O poço que a Chevron explorava até o desastre tinha, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), metade da profundidade.

Para perfurar além dessa distância, a empresa precisava de aval da ANP. Fez um pedido outubro. Ele foi negado nesta quarta (23).

Segundo a fonte da Petrobras, a estatal já teria pesquisado se havia petróleo no pré-sal na região do campo Frade, mas sem sucesso.

Sem comentários:

Mais lidas da semana