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Nova Iorque, 22 nov (Lusa) - Timor-Leste ainda vai precisar de algum apoio da comunidade internacional para as eleições de 2012, mas o objetivo é "mostrar ao mundo" que o país é "capaz", afirma o ministro dos Negócios Estrangeiros Zacarias Costa.
"São as nossas terceiras eleições e queremos mostrar ao mundo que somos capazes de organizar as nossas eleições", disse o chefe da diplomacia timorense à Agência Lusa, após um debate no Conselho de Segurança dedicado ao futuro da presença da Organização das Nações Unidas no país.
"Em termos de capacidade operacional e logística, ainda vamos precisar da ONU, da comunidade internacional. Pedimos apoio e aconselhamento técnico, mas fora disso, em termos organizativos, estamos prontos", garantiu Zacarias Costa.
Do Conselho de Segurança, Timor-Leste levou hoje o voto de confiança da comunidade internacional para as eleições de 2012, a par de alguns alertas para a necessidade de reforçar a capacidade das forças de segurança timorenses.
A representante do secretário-geral em Timor-Leste, Ameerah Haq, deixou um apelo para o envio de observadores eleitorais e de contributos financeiros para as atividades da ONU ligadas à preparação da votação.
Zacarias Costa, sublinha a "falta" que fazem os observadores, não por "temor de que haja problemas", mas porque a sua presença serve para "atestar o grau de maturidade das instituições timorenses" e particularmente do secretariado técnico eleitoral.
"Já tivemos a experiência das eleições dos Sucos [freguesias], que conseguimos fazer com algum sucesso. Estamos prontos, mas, em termos logísticos e de aconselhamento técnico, ainda precisamos de algum apoio internacional", adiantou.
A retirada gradual da missão da ONU em Timor-Leste (UNMIT) está prevista para depois das eleições, devendo concluir-se até final de 2012, se não houver sobressaltos.
Portugal, que presidiu à reunião do Conselho de Segurança, Brasil e Angola, que falou em nome da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, defenderam estar criadas condições para um processo eleitoral bem sucedido no mais jovem país lusófono.
Mesmo manifestando-se confiante que as próximas eleições irão decorrer num "ambiente de liberdade, tranquilidade e dentro dos padrões internacionais, conduzindo à retirada gradual da ONU", Costa deixou no Conselho de Segurança um apelo à manutenção do apoio internacional.
No final, afirmava levar "a confiança e o compromisso da comunidade internacional em continuarem a apoiar Timor-Leste", particularmente agora que se entra num processo de transição.
"Levo algumas ideias, preocupações em relação a impunidade, justiça, sustentabilidade a longo prazo em termos de reconciliação, capacidade da polícia dar resposta a desafios no futuro, sobretudo depois da retirada da UNMIT", disse à Agência Lusa.
"Estamos a tempo. Concordamos com um plano conjunto de transição e vamos tentar gradualmente implementar, tendo em conta estas preocupações", adiantou Zacarias Costa.
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