segunda-feira, 23 de abril de 2012

Militares anunciam criação de "fórum de concertação" para procurar soluções para a crise



MB - Lusa

Bissau, 23 abr (Lusa) - Os militares que tomaram o poder na Guiné-Bissau no passado dia 12 anunciaram hoje a criação de um "fórum de concertação" para tentar encontrar soluções para a crise e para o qual convidam partidos, igrejas e pessoas singulares.

Em comunicado, a que agência Lusa teve acesso, o Estado-Maior General das Forças Armadas diz ter criado um fórum de concertação "que funciona 24 horas, todos os dias" para o qual convida partidos com assento e sem assento no Parlamento, todas as confissões religiosas, sociedade civil e pessoas singulares "para uma análise e confrontação de ideias suscetíveis de conduzir o país a uma rápida saída da presente crise".

No mesmo comunicado, o Estado-Maior das Forças Armadas avisa que são proibidas quaisquer manifestações de rua, seja a favor ou de condenação ao golpe de Estado, alegando que essas iniciativas poderão dificultar a procura de soluções para retomar a normalidade no país.

Partidos e movimentos de cidadãos que condenam o golpe de Estado militar estavam a anunciar para hoje a realização de manifestações de repúdio pelas ruas de Bissau.

Num outro comunicado, assinado pelo gabinete de imprensa do Estado-Maior das Forças Armadas, o Comando Militar informa estar em conversações com uma equipa técnica da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para a busca de uma solução para a crise através da "via do diálogo e da paz" e convida os jornalistas a assistirem a esse encontro.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, reunidos hoje no Luxemburgo, advertiram que a União Europeia está "pronta" a aplicar sanções contra os responsáveis pela instabilidade na Guiné-Bissau, reiterando que não reconhecem o autoproclamado "conselho de transição".

No sábado passado, numa declaração divulgada em Nova Iorque, o Conselho de Segurança das Nações Unidas ameaçou adotar sanções contra a Guiné-Bissau e admitiu apoio ao envio de uma força para o país, o que o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, classificou como uma "posição muito clara" e "um sério aviso aos que insistem na violência na Guiné-Bissau".

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