MMT - Lusa
Maputo, 09 abr (Lusa) - A Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), principais partidos da oposição, manifestaram-se hoje céticos sobre a futura gestão da Hidroelétrica da Cahora Bassa (HCB) pelo Estado moçambicano, acusando o governo de "sonegar" informação sobre o empreendimento.
Em declarações à Lusa, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse que o seu partido tem "muitas dúvidas" que o Estado moçambicano faça uma gestão "que beneficie todos os moçambicanos", quando Portugal vender os 15 por cento que ainda detém na barragem.
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, iniciou hoje uma visita de dois dias a Moçambique para assinar com o Presidente moçambicano os termos da alienação, pelo Estado português, dos 15% do capital social da HCB, metade dos quais a favor do Estado moçambicano.
"A prática moçambicana tem-nos demonstrado que não há uma gestão transparente do bem público", disse Fernando Mazanga sobre a venda de metade dos 15 por cento por Portugal a Moçambique.
"Talvez ainda com presença de Portugal (no conselho de administração) houvesse receio de delapidação", mas, após a transferência da totalidade das ações da HCB de Portugal para Moçambique "temos muitas dúvidas da boa gestão da HCB" no futuro, disse Fernando Mazanga.
"Se a pertença chega a 100 por cento em que medida isto se vai refletir naquilo que são as necessidades básicas dos moçambicanos?", questionou o porta-voz do principal partido da oposição em Moçambique.
Exemplificando, Fernando Mazanga apontou a gestão dos recursos naturais que, considerou, "não têm sido usados em benefício da população" do país.
Também o porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique, a terceira força política no país, José Manuel de Sousa, manifestou "algumas reservas" em relação à gestão da HCB.
"Temos algumas dúvidas até hoje de como é gerida a HCB", aliás, "a gestão deixa muito a desejar. As informações sobre o empreendimento são escassas", disse à Lusa José Manuel de Sousa.
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