sábado, 26 de maio de 2012

Angola: Polícia desmente tentativa de detenção de activista Rafael Marques



NME (SBR) - Lusa

Luanda, 25 mai (Lusa) - A Polícia Nacional angolana desmentiu hoje informações postas a circular na quinta-feira sobre a tentativa de detenção do ativista Rafael Marques, considerando que "visou apenas criar confusão e embaraço à instituição".

Um comunicado do Comando Geral da Polícia Nacional de Angola a que a agência Lusa teve hoje acesso refere que na quinta-feira a polícia prestou apoio à administração local de Samba, "no âmbito do seu dever", na "remoção de casebres que serviam para a venda de bebidas alcoólicas e prostituição numa área demarcada para a construção da nova marginal".

A polícia acusa "alguns elementos (...) na ânsia da autopromoção" de terem criado "com a cumplicidade de alguma imprensa, uma situação de 'detenção policial', enganando com tal prática a opinião pública nacional e internacional".

"O Comando Geral da Polícia Nacional vem desta forma alertar a sociedade angolana e a comunidade internacional, de factos provocados nos últimos tempos, visando perturbar a ordem pública, difamar dirigentes e instituições do Estado e criar protagonismo para uns pretensos ativistas sociais", diz o comunicado.

A polícia apela também para a atenção dos cidadãos angolanos, porque "em tempos de eleições elementos há, que tudo farão para a sua autopromoção, sem escrúpulos e em prejuízo do Estado", reiterando que na referida operação "ninguém foi detido, nem se registaram incidentes de maior".

O comunicado é a reação da polícia ao relato do ativista Rafael Marques sobre uma alegada tentativa de detenção pela polícia, após ter presenciado uma operação de "demolição" de casas no distrito da Samba.

O incidente registou-se após uma operação realizada de madrugada, em que "mais de 150 fiscais do Governo Provincial de Luanda, apoiados por efetivos da Polícia Nacional fortemente armados, efetuaram (...) a demolição de perto de 80 habitações precárias", localizadas "à beira-mar, na zona da Mabunda, na Samba", segundo descreveu Rafael Marques.

"De facto, o comandante da polícia quis deter-me, mas não tinha carro no local", relatou Rafael Marques, acrescentando que lhe deram "ordens para entrar para o carro, que não era uma viatura da polícia", o que recusou.

Segundo Rafael Marques, a sua detenção só não se efetivou porque a população do bairro "cercou o carro" e a polícia "teve de pedir reforços para poder sair dali".

Sem comentários:

Mais lidas da semana