AC - Lusa
Pequim, 30 mai (Lusa) - A anunciada candidatura de Timor-Leste à presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no biénio 2014/16 traduz a "nova fase de maturidade" do país, afirmou hoje o chefe da diplomacia timorense, Zacarias da Costa.
"Dez anos depois da restauração da independência é também a altura de Timor se afirmar no quadro da CPLP e, sobretudo, contribuir", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, em declarações à agência Lusa em Pequim.
"A presidência da CPLP será um momento importante da nossa contribuição para uma comunidade que sempre nos apoiou e esteve sempre ao nosso lado", acrescentou.
Zacarias da Costa chegou no passado fim de semana a Pequim, numa "visita de trabalho" de cinco dias à China para celebrar o 10.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países e "aprofundar" os contactos bilaterais.
"A China foi um dos primeiros países a estabelecer relações com Timor e um dos primeiros a abrir uma embaixada em Díli", disse.
Em declarações à agência Lusa, Zacarias da Costa salientou que a candidatura à presidência da CPLP, que deverá ser oficialmente formalizada na próxima cimeira da comunidade, em julho, em Maputo, Moçambique, ocorre "no momento ideal".
"Hoje temos condições mínimas para presidir com dignidade à organização de todos nós", afirmou.
O ministro realçou ainda que Timor-Leste "está a entrar numa nova de fase de maturidade", marcada "pela passagem de testemunho da geração mais velha, que dirigiu a guerra (de libertação nacional), para uma nova geração, com ideias novas e uma nova visão do futuro".
"Temos de mostrar ao mundo que já ultrapassámos a fase de instabilidade, que as nossas instituições têm pernas para andar, que estamos no bom caminho e que o nosso sistema democrático está consolidado", afirmou Zacarias da Costa.
Antiga colónia portuguesa, com cerca de um milhão de habitantes, a maioria católicos, Timor-Leste tornou-se independente em maio de 2002, após mais de duas décadas de ocupação militar indonésia e de dois anos sob administração da ONU.
A CPLP, constituída em 1996, reúne hoje oito países de vários continentes - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - com uma população conjunta de cerca de 225 milhões de habitantes.
Moçambique assumirá em julho próximo a presidência da CPLP, por um período de dois anos, sucedendo a Angola.
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