sábado, 26 de maio de 2012

Contaminação por paludismo aumentou para dobro nos primeiros quatro meses do ano



MYB - Lusa

São Tomé 26 mai (Lusa) - O numero de pessoas infetadas pelo paludismo entre janeiro e abril deste ano, atingiu as 3.647, quase o dobro dos 2.103 casos registados no mesmo período do ano passado, refere um relatório do Centro Nacional de Endemias.

No entanto, se no ano passado, neste mesmo período, a malária matou 10 pessoas (num total de 19 até dezembro de 2011), este ano, apesar do aumento significativo em mais 1.539 casos, o número de óbito baixou para apenas dois, refere o documento daquela instituição afeta ao Ministério da Saúde de São Tomé.

Os dois óbitos são crianças até aos cinco anos de idade, que constituem as principais vítimas da doença, seguidas das mulheres grávidas.

Pelo menos 837 crianças com idades entre zero a cinco anos foram hospitalizadas desde o início do ano por paludismo e outras 2.479 receberam tratamento ambulatório.

A coordenadora do Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo (PNLP), Maria de Jesus Trovoada dos Santos, considera este aumento do índice de paludismo "preocupante" e atribui o recrudescimento da endemia ao "atraso em mais de 12 meses na execução do sexto ciclo de pulverização intradomiciliar".

Maria Trovoada dos Santos afirma que a redução das taxas de cobertura das pulverizações deixou os são-tomenses vulneráveis à doença, explicando: "o nosso organismo já não apresenta defesas contra o paludismo".

"Nós, os são-tomenses, em termos de defesa contra o paludismo, estamos em pé de igualdade com qualquer estrangeiro que visita São Tomé", explicou.

Lamentou que as escavações que estão a ser feitas por cidadãos em várias localidades da ilha de São Tomé para retirar pedras para a construção estejam a aumentar as fontes de águas paradas, um dos principais criadores do vetor do paludismo: os mosquitos.

Os distritos de Lembá, no norte da ilha de São Tomé, e a ilha do Príncipe são os dois locais que apresentam o índice mais baixo da doença (5%) e foram escolhidos para a fase de pré-eliminação da doença.

A responsável alertou as pessoas para continuarem a observar as medidas de prevenção, nomeadamente dormir debaixo dos mosquiteiros impregnados, eliminar as fontes criadoras de mosquitos e procurar o posto de saúde mais próximo logo após sentir os primeiros sintomas da doença.

A coordenadora do PNLP afirmou, no entanto, que apesar do aumento de casos de infeção "o paludismo continua sob controlo".

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