terça-feira, 1 de maio de 2012

MAIOR MANIFESTAÇÃO ASIÁTICA JUNTOU MILHARES EM JACARTA



FPA - Lusa

Lisboa, 01 mai (Lusa) - Milhares de trabalhadores indonésios manifestaram-se hoje na maior concentração do 1.º de Maio na Ásia, exigindo melhores salários e segurança laboral sob a vigilância apertada de polícias e militares.

Por todo o continente asiático, protestos coloridos organizados por sindicatos e partidos de esquerda partilharam a exigência de melhores salários e condições de trabalho, denunciando as políticas governamentais numa altura em que os custos de vida aumentam exponencialmente nos países com maiores crescimentos económicos.

Em Jacarta, capital da Indonésia, mais de 9.000 pessoas juntaram-se na maior praça e marcharam até à sede do Governo com cartazes em que se lia "aumentem os nossos salários" e "acabem com os contratos de 'outsourcing'".

Cerca de 16 mil polícias e soldados foram destacados para garantir a segurança no protesto, disse o porta-voz da polícia de Jacarta, Rikwanto.

"Os custos de vida aumentaram, mas os nossos salários mantêm-se inalterados. Só ganhamos o suficiente para comer e não temos dinheiro no banco. Não temos dinheiro para a educação dos nossos filhos" disse um líder dos protestos, Muhamad Rusdi, à AFP.

"Também não há segurança no emprego. Trabalhos como o telemarketing ou a produção de bens electrónicos são entregues a empresas de 'outsourcing'. Vivemos com medo de perder os empregos", queixou-se ainda.

Também em Hong Kong o aumento do salário mínimo foi a principal exigência dos cerca de 5.000 manifestantes.

"O problema de Hong Kong é que a riqueza está concentrada num pequeno número de pessoas, muitos ainda vivem na pobreza", disse o professor universitário Fernando Cheung, que ensina ação social.

Em Manila, nas Filipinas, cerca 3.000 trabalhadores e ativistas marcharam até ao palácio presidencial, levando consigo uma efígie gigante do presidente, Benigno Aquino, como um cão obediente aos capitalistas estrangeiros.

Na Malásia, o primeiro-ministro marcou o 1.º de Maio com o anúncio de planos para a instituição do primeiro salário mínimo para o setor privado, medida que beneficiará mais de três milhões de trabalhadores.

A oposição socialista, por seu lado, realizou uma manifestação pacífica em Kuala Lumpur, apelando a salários mais elevados e considerando o anúncio governamental como uma "sátira para as eleições", previstas para os próximos meses.

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