sexta-feira, 1 de junho de 2012

Guiné-Bissau: Ativista ameaça levar à justiça partidos que apoiam golpe de Estado



MB - Lusa

Bissau, 01 jun (Lusa) - O principal ativista político contra o golpe de Estado na Guiné-Bissau, Iancuba Indjai, ameaçou hoje levar a tribunal todos os partidos que apoiaram o derrube do Governo eleito, por "desrespeito à lei-quadro de partidos políticos".

"Um partido político quando é criado obedece à lei-quadro, ao abrigo da qual não pode cometer certos atos, quando um partido apoia um golpe de Estado infringe a lei, por isso deve ser ilegalizado pela justiça", defendeu Iancuba Indjai.

Indjai é líder do Partido da Solidariedade e Trabalho (PST) um dos nove partidos que lutam ao lado do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), que estava no poder, contra o golpe de Estado.

Também líder da Frenagolpe (coligação composta por partidos e organizações sociais), Iancuba Indjai falava hoje na sede do PAIGC para um grupo de veteranos de guerra da independência, aos quais explicou as diretrizes da sua organização para "dar luta aos golpistas".

"A nossa luta é patriótica e é contra este Presidente da República e Governo que nos impuseram de forma ilegal e injusta pela CEDEAO e pelos golpistas", observou Iancuba Indjai.

Para o líder da Frenagolpe, o povo guineense devia perguntar aos chefes de Estado da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) o que têm contra a Guiné-Bissau, contra o PAIGC ou mesmo contra Carlos Gomes Júnior, presidente do partido derrubado com o golpe de Estado e primeiro-ministro deposto.

"Podemos não gostar de Carlos Gomes Júnior, porque foi da tropa colonial portuguesa, mas é ele o líder do PAIGC e ele quem foi escolhido pelo povo da Guiné-Bissau nas urnas para ser primeiro-ministro. Portanto, a CEDEAO só tem um caminho, repor Carlos Gomes Júnior na chefia do Governo deste país", avisou Iancuba Indjai.

"Se não for assim, então não vamos reconhecer nenhum primeiro-ministro imposto", declarou o líder da Frenagolpe.

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