sexta-feira, 1 de junho de 2012

OS MEANDROS DO GOLPE DE ESTADO NA GUINÉ-BISSAU



Novas da Guiné-Bissau

Os detalhes sobre a preparação do mais recente golpe de Estado militar na Guiné-Bissau revelados esta semana pelo vice-ministro angolano da Defesa, Salviano Sequeira (Kianda), confirmaram a participação directa na conjura do candidato presidencial Koumba Ialá.

Terá sido este político da oposição o primeiro a estabelecer contactos com as chefias militares para a preparação do golpe, logo a seguir à morte do ex-presidente da República em finais de 2010. A fonte precisou que “depois de dar as condolências à família do ex-presidente, Koumba Ialá foi logo a seguir para o Estado Maior General (EMG) reunir com o general António Indjai. Este, por sua vez, teria reunido com alguns oficiais a quem orientou que fossem para o sul do país para fazerem campanha a favor de Kumba Ialá.

O também líder do PRS realizou, nasequência, uma manifestação junto à CNE. “Como se previa uma desordem, a polícia interveio, para manter a ordem, mas Indjai fez sair as tropas de comandos, que surraram os polícias e os prendeu”, revelou o general Kianda.

Também, a partir de 12 deJaneiro, o ministro da defesa, Baciro Dja, terá realizado campanhas visando denegrir o comportamento do Primeiro-Ministro (PM), Carlos Gomes Júnior. O ministro da Defesa teria ainda orientado António Indjai para que não entregasse as listas dos 500 oficiais que iriam passar à reforma sob a alegação de que não havia condições para tal. A cerimónia oficial para efeitos de passagem à reserva e posteriormente à reforma dos oficiais em causa devia ter lugar no dia 23 de Janeiro de 2012. O governante angolano revelou ainda que o ministro da Defesa da Guiné-Bissau fez circular também informações insinuando que se o PM, Carlos Gomes, ganhasse as eleições iria nomear novamente o ex-chefe do estado maior do exército, Zamora Induta, que por sua vez mandaria eliminar António Indjai.

Uma semana antes de o golpe ser consumado, o Chefe do Estado-Maior (CEM) António Indjai teria viajado para uma reunião da CEDEAO tendo, no seu regresso a Bissau, mandado preparar um batalhão, sob o pretexto de que o mesmo iria para o Mali, e foi esta tropa que deu o Golpe de Estado.

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