quarta-feira, 6 de junho de 2012

UE-Estados Unidos: Como o termo “europeu” passou a ser um insulto em Washington



Presseurop - La Stampa

“A economia afasta as duas margens do Atlântico”: é assim que La Stampa resume as consequências das recentes declarações de Barack Obama, segundo as quais as fracas perspetivas de crescimento dos EUA ficam a dever-se à má gestão da crise da zona euro.

“Há causas fortuitas e causas mais de longo prazo na pressão cada vez maior com que o Presidente Obama insta os europeus a reagirem”, comenta o diário de Turim. As primeiras estão relacionadas com as presidenciais de novembro nos EUA: no momento em que, com a nomeação de Mitt Romney para candidato republicano, a campanha chega ao auge, o termo “Europa” passou a ser um insulto utilizado pelos candidatos para desacreditar o adversário, nota La Stampa.

No início da campanha presidencial, eram os Republicanos que utilizavam a Europa para assustar os eleitores e atingir Obama […]. Agora, os papéis inverteram-se e os Democratas acusam os adversários de “ser como os europeus”, porque os Republicanos propõem a mesma austeridade teutónica que condena a zona euro à recessão e ao desemprego.

As segundas dizem respeito às relações transatlânticas, em particular com Berlim:

Durante anos, Washington viu na Alemanha o seu mais fiel aliado. […] No final desse período, tinham passado mais de 20 anos. E aquilo que a guerra do Iraque e do Afeganistão não conseguiram fazer – enfraquecer a aliança – verifica-se hoje em dia por causa da crise e de uma Alemanha talvez pouco audaciosa para prosseguir conscientemente um “grande desígnio”, mas demasiado “teimosa” para comprometer as bases da aliança ocidental.

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