quarta-feira, 15 de agosto de 2012

ARCEBISPO DE MAPUTO DEFENDE ALTERNÂNCIA DO PODER



MMT - Lusa

Maputo, 15 ago (Lusa) - O arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, defendeu hoje a alternância do poder em Moçambique, considerando que "faria bem ao próprio partido, a Frelimo, e à própria sociedade" moçambicana.

Numa entrevista ao jornal O País, editado em Maputo, Francisco Chimoio, arcebispo de Maputo e vice-presidente da Conferência Episcopal disse que em democracia "é necessário aceitar pessoas de outros partidos, para que se possam exprimir", porque "isso dá saúde à própria democracia".

Chimoio apelou à Frelimo, partido no poder há 37 anos, a "aceitar os outros" e a acabar com a partidarização do Estado.

"O partido [Frelimo] praticamente tem muitas exigências no que toca aos seus membros e também chega a exigir, que para ter emprego, é preciso ser membro do partido. Isso limita muita gente, não devia ser assim num estado democrático", referiu.

Questionado sobre as recentes descobertas de minérios, o arcebispo considerou haver "falta de transparência" na gestão dos recursos naturais, defendendo a "distribuição equitativa da riqueza".

Francisco Chimoio disse que a partilha da riqueza em Moçambique "é uma distribuição que de fato não satisfaz a todos", porque "nem todos têm as mesmas possibilidades, nem querem que sejam nivelados".

"É necessário que, da parte do governo e da sociedade moçambicana, haja cuidado e um interesse em permitir que os bens sejam distribuídos por todos", apelou.

O arcebispo de Maputo sublinhou que "a falta de transparência se verifica em alguns setores e isso pesa sobre toda a sociedade", onde, diz, se tem constatado o crescente fosso entre ricos e pobres.

"Deve haver uma distribuição equitativa e dar possibilidade também às pessoas de trabalhar", adiantou.

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