domingo, 19 de agosto de 2012

Assange pede aos EUA para terminarem "caça às bruxas" contra o seu site



RTP - Lusa

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, pediu hoje ao Presidente norte-americano, Barack Obama, para terminar a "caça às bruxas" contra o seu site na Internet, numa declaração que fez da varanda da embaixada de Londres, onde está refugiado.

"Eu peço ao Presidente Obama para fazer a coisa certa, os Estados Unidos têm de renunciar à caça às bruxas contra o WikiLeaks", frisou Assange, acrescentando que Washington deve deixar de ameaçar o WikiLeaks.


O fundador do WikiLeaks, por outro lado, agradeceu o apoio que tem recebido, especialmente do Equador, que já lhe concedeu asilo político.

Como previsto, Assange apareceu esta tarde à varanda da embaixada do Equador em Londres, para falar aos jornalistas e fazer a sua primeira aparição pública desde que se refugiou nas instalações consulares equatorianas na capital inglesa, a 19 de junho deste ano.

Cerca de 200 pessoas, entre elas vários agentes da polícia, assistiram à comunicação de Assange.

Extradição para Estados Unidos

As autoridades britânicas indicaram na quinta-feira que o asilo concedido a Assange não mudava "nada" sobre a determinação de Londres de o extraditar para a Suécia, que o reclama pela acusação da prática de violação e agressão sexual.

Julian Assange, australiano de 41 anos, quer evitar a extradição para a Suécia e posteriormente para os Estados Unidos, onde teme ser condenado à pena de morte por espionagem, devido à divulgação pelo seu portal na Internet de 250 mil telegramas da diplomacia norte-americana.

Washington afirma que o impasse sobre a situação de Assange deve ser resolvido entre a Grã-Bretanha, a Suécia e o Equador.

O advogado de Assange é o juiz espanhol Baltazar Garzon, que está suspenso de exercer a magistratura judicial no seu país.

Assange pede libertação de Manning

Garzón afirmou esta manhã que Assange pediu aos seus advogados para accionarem meios legais que garantam os seus direitos, os do portal Wikileaks e os de "todas as pessoas que sejam investigadas".

Autoridades do Estado da Virgina estão a investigar eventuais ligações de um soldado americano, Bradley Manning, a Assange. Manning foi acusado de passar arquivos secretos para o Wikileaks e aguarda julgamento.

Assange pediu aos Estados Unidos para libertarem Manning dizendo que, se este fez aquilo de que é acusado, devia ser considerado um herói. "É um herói, um exemplo para todos nós e um dos principais prisioneiros políticos em todo o mundo", afirmou Assange, a partir da varanda da embaixada do Equador.

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