quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Brasil: Para Serra, problema do trânsito em São Paulo não piorou desde 2004




Em almoço promovido pela Câmara Portuguesa, o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, apresentou seus planos para a cidade. Serra minimizou os problemas de mobilidade que a população enfrenta. "O problema do trânsito em São Paulo existe, mas nesses últimos anos, desde 2004, não piorou", disse o candidato tucano. No tema da segurança, repassou a responsabilidade para a União, apontando contrabando de armas e drogas como problemas centrais.

Caio Sarack – Carta Maior

São Paulo - A Alameda Santos contou com a presença militância jovem do PSDB, nesta quarta-feira (15), em frente ao luxuoso Hotel Tívoli. O boneco do candidato José Serra contrastava com o ambiente de elite da fachada do hotel. O almoço-debate fechou a série de encontros com alguns candidatos à prefeitura de São Paulo, promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio. A Carta Maior foi ao almoço com Fernando Haddad (PT) no final de julho e completou hoje a cobertura da presença dos candidatoas dos dois principais partidos do cenário político hoje.

Participaram do encontro de hoje, entre outros, o ex-governador Alberto Goldman e o vice-governador Guilherme Afif Domingos

Não demorou muito para que o discurso, adotado em 2004, fosse reiterado. "São Paulo é a vanguarda do país", resumiu em uma frase o candidato. "É a cidade mais desenvolvida, mais brasileira e internacional. Onde um japonês fala português com sotaque italiano", disse. Os números de investimentos - São Paulo é a quarta cidade do mundo em volume de investimento - deram o teor de todo o almoço. A prosperidade paulistana não se dissolvia frente aos problemas que ela ainda enfrenta depois de oito anos de gestão tucana.

José Serra também lembrou a infância na Mooca, a ascendência italiana e elogiou a cultura portuguesa. "Muitas pessoas pensam que o 'Serra' vem de Portugal, eu nunca nego", disse o candidato tirando risadas polidas. Aproveitou a presença do novo cônsul-geral de Portugal no Brasil para sugerir pautas de seu governo, "o Paulo Lourenço vai trabalhar muito se eu for eleito, quero organizar com a ajuda dele um espaço na Virada Cultural, evento de 24 horas de duração em São Paulo, com músicas portuguesas. Vá se planejando", disse otimista o candidato.

"O problema do trânsito em São Paulo existe, mas nesses últimos anos, desde 2004, não piorou", argumentou ele sobre um dos entraves mais complicados da cidade. O Metrô ainda é a menina dos olhos para Serra, a solução para a mobilidade, segundo ele, é a extensão da malha metroferroviária. A CPTM também foi citada, como trens "de qualidade similar ao do Metrô, só não se unem [Metrô e CPTM] por problemas trabalhistas. Na junção, costuma-se nivelar por cima e acaba aumentando muito o custo", afirmou.

Ao mesmo tempo em que São Paulo é uma cidade que enfrenta o problema do trânsito, também enfrenta problemas sociais simultâneos que aumentam os custos das empresas. No último semestre as reivindicações da categoria metroviária não foram alcançadas totalmente. Serra não deu muita abertura a esses conflitos no campo social.

Quanto aos seus programas de revitalização do centro paulistano, apontou alguns problemas: "temos no centro um programa de revitalização que é muito complicado, temos questões ambientais, questões com patrimônio histórico. Um caso semelhante ao que se passa em Portugal".

Serra também falou sobre segurança pública e elogiou o que até agora foi feito pelo governo estadual, responsável pela Polícia Militar, dele e de Geraldo Alckmin, o que acentuou essa conduta mais conservadora do candidato no debate frente aos problemas paulistanos. "Temos oficiais competentes. Para ser coronel hoje é preciso ter doutorado", afirmou Serra. "O grande investimento feito em tecnologia e na formação dos recursos humanos de segurança mostram esse avanço", continuou. A onda de homicídios dos últimos dois meses foi esquecida. O candidato tucano preferiu criticar medidas do governo federal. O problema do crime, segundo ele, resume-se ao contrabando de armas e drogas, o que é de alçada presidencial.

Um fato curioso, que não se viu no debate com o candidato petista, Fernando Haddad, foi a descontração. Em uma das perguntas feitas pelos empresários convidados, sobre o que o candidato acha da inclusão do pão francês na merenda escolar, feito pelas padarias que estão próximas da escola, o vice-governador, Guilherme Afif, pediu que corrigissem a pergunta contando a história de uma de suas viagens a Portugal, "sugiro que a pergunta seja feita com o pão 'tipo' francês", brincou.

As palmas descontraídas no almoço-debate de hoje somadas às perguntas pouco polêmicas deram o teor desse que foi o último encontro da série proposta pela Câmara Portuguesa com alguns dos candidatos à prefeitura da capital paulista.

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