domingo, 5 de agosto de 2012

FORÇAS SÍRIAS APERTAM CERCO CONTRA REBELDES EM ALEPPO



Deutsche Welle

Aumentam conflitos entre tropas do regime Assad e rebeldes na metrópole síria e também na capital, Damasco. Rebeldes anunciam sequestro de 48 iranianos em represália a apoio de Teerã ao presidente sírio.

Tanques do Exército sírio bombardearam Aleppo neste domingo (05/08), e um helicóptero de guerra metralhou com armas pesadas postos ocupados por rebeldes. Os embates são pelo controle da maior cidade do país e atual campo chave da batalha que já dura 17 meses, deixando até agora um saldo aproximado de 18 mil mortes.

A falta de ações mais efetivas do Conselho de Segurança da ONU contra a Síria acabou levando à renúncia o enviado especial Kofi Annan na semana passada. Isso também levou à intensificação das batalhas entre rebeldes e tropas do governo tanto em Aleppo como também em Damasco. Na capital, jatos lançaram bombas durante todo o domingo. Tropas levantaram ofensiva contra o último bastião rebelde, segundo um morador de Aleppo.

O canal de televisão estatal da Síria vem divulgando que as forças de Assad estão "limpando a sujeira terrorista" do país. As duas cidades, relativamente livres de violência até há meses, começaram a ser alvo dos ataques por ambas as partes duas semanas atrás, pouco antes de uma bomba ter matado quatro colaboradores próximos do presidente Bashar al Assad. Agora, as duas metrópoles são consideradas peças fundamentais na batalha pelo domínio da guerra instalada no país.

Os rebeldes já esperavam há alguns dias o acirramento dos ataques por parte do regime. "Sabemos que eles estão planejando atacar a cidade usando tanques e bombardeio aéreo, atirando contra a gente durante três ou quatro dias, e que planejam tomar a cidade", afirmara neste sábado o coronel Abdel-Iabbar al Oqaidi, comandante rebelde.

Neste sábado, a oposição armada contra Assad tentou estender sua região de controle em Aleppo do distrito de Salaheddin para a área em volta das estações de rádio e televisão, mas precisou recuar, segundo um ativista. O regime montou artilharia pesada na área, a fim de reprimir os rebeldes e retomar o controle da região.

Sequestro de iranianos

Neste domingo, um grupo rebelde sequestrou 48 iranianos em Damasco, sob a acusação de serem membros da Guarda da Revolução. Os insurgentes ainda advertiram o Irã sobre possíveis novos sequestros, em conseqüência do apoio de Mahmud Ahmadinejad ao presidente sírio.

Os rebeldes ainda estão "checando documentos para provar a identidade dos detidos e vamos tornar públicas nossas descobertas", afirmou um dos comandantes do Exército Síria Livre, Abdel Nasser al Shumair. Segundo a agência estatal de notícias do Irã IRNA, Teerã já pediu ajuda à Turquia e ao Qatar para a libertação dos sequestrados.

Os sequestrados foram mostrados em um vídeo divulgado neste domingo pelo canal de televisão saudita Al Arabiya. A Arábia Saudita vem apoiando os grupos rebeldes na Síria, sobretudo os radicais islâmicos, com armas e dinheiro. Os sauditas são um dos principais inimigos do governo sírio no controle do golfo.

Nos últimos meses, 32 iranianos – incluindo 22 peregrinos, sete engenheiros e três motoristas de caminhões – foram raptados por grupos armados na Síria, mas 27 foram libertados devido à intervenção da Turquia.

Diante da contínua escalada da violência na Síria, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, irá a Istambul no próximo sábado para tentar encontrar, juntamente com o governo turco, uma saída diplomática para os conflitos entre rebeldes e tropas pró-Assad. A Turquia é um dos principais críticos do regime sírio.

MSB/rtr,afp,dpa,lusa - Revisão: Augusto Valente

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