quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Guiné-Bissau: RISCOS NA TRANSIÇÃO, KUMBA IALÁ QUER JUSTIÇA




Partido maioritário alerta para riscos durante a transição

14 de Agosto de 2012, 18:26

Bissau, 14 ago (Lusa) - O PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau está preocupado com o rumo que o processo de transição no país está a ter e apresentou "fatores de alerta para os perigos que possam advir" do incumprimento de diversas tarefas.

As preocupações do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), que estava no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril passado, estão num memorando que o partido entregou hoje à agência Lusa.

O memorando, contendo as reflexões do partido sobre o período de transição em curso, avisa que as atuais autoridades do país (Governo e Presidente de transição) não estão a respeitar as orientações da comunidade internacional, não informam sobre as suas pretensões e ainda nada fazem para a realização das eleições gerais do próximo ano.

Partido de Kumba Ialá reuniu-se com Procurador Republica para pedir justiça

15 de Agosto de 2012, 14:41

Bissau, 15 ago (Lusa) - Dirigentes do Partido da Renovação Social (PRS), do antigo Presidente da Guiné-Bissau Kumba Ialá, reuniram-se hoje com o Procurador-Geral da Republica, Edmundo Mendes, para pedir esclarecimentos sobre a situação da justiça no país.

A delegação do PRS, composta por quatro elementos da comissão politica, foi encabeçada pelo secretário-geral do partido, Augusto Poquena, que disse aos jornalistas ter abordado com Edmundo Mendes o andamento dos processos de investigação de assassínios de figuras politicas e militares ocorridos no país de 2009 a esta parte.

"Estamos num período de transição. Uma das recomendações da comunidade internacional é que haja um diálogo permanente entre nós". E "é nesse quadro que o PRS, preocupado com a justiça no país", pediu informações sobre o que "está a ser feito, o que se fez na área da justiça", revelou o secretário-geral do PRS, a segunda maior força politica do país.

Questionado sobre o teor da conversa de cerca de três horas, o secretário-geral do partido de Kumba Ialá afirmou que falaram de todos "os casos de assassinatos" dos últimos quatro anos.

"Abordamos todos os casos, os processos de assassinatos políticos ocorridos no país desde 2009 a esta parte, inclusive o caso do deputado Roberto Ferreira Cacheu", dado como desaparecido ou morto desde dezembro do ano passado, observou o responsável do PRS.

Augusto Poquena não quis entrar em detalhes sobre a conversa com o Procurador-Geral, mas sempre disse terem saído "bem informados" do andamento dos inquéritos, embora lamentem a falta de meios com que o setor da justiça é confrontado.

"Obtivemos respostas satisfatórias do Procurador. Disse-nos que estão a trabalhar afincadamente, só que os processos estão a coberto de segredo de justiça, por isso mesmo não tornam público o que estão a fazer, enquanto não concluírem os trabalhos", explicou Poquena.

"Saímos daqui satisfeitos em parte", afirmou o dirigente, lamentando a "falta de meios que afeta o setor da justiça" e prometendo alertar "quem de direito" sobre a situação.

"É uma preocupação. Por isso entendemos que devemos fazer ouvir a nossa voz no sentido de dizer a quem de direito para que diligencie os meios para que a justiça possa fazer cabalmente o seu trabalho", afirmou Augusto Poquena, esclarecendo que Edmundo Mendes não deu nenhuma garantia sobre se os inquéritos serão concluídos antes do fim do período da transição.

De 2009 a esta parte, a Guiné-Bissau foi palco de golpes de Estado ou tentativas de golpe de Estado, durante os quais foram mortos diversas personalidades do país, entre eles o Presidente João Bernardo 'Nino' Vieira e o ex-chefe das Forças Armadas, General Tagmé Na Waié, bem como ministros e deputados.

As circunstâncias dos assassinatos ainda não foram esclarecidas pela justiça.

MB.

*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG

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