domingo, 5 de agosto de 2012

Independentistas cabindas querem negociar futuro com Governo que sair das eleições



EL - Lusa

Luanda, 05 ago (Lusa) - Os independentistas de Cabinda desejam negociar o futuro do território com o Governo que sair das eleições gerais do próximo dia 31, segundo um comunicado enviado hoje à Lusa.

Assinado pelo presidente da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), Nzita Henriques Tiago, o comunicado salienta que a organização, que mantém há 38 anos uma luta de libertação do enclave, "tomará as medidas necessárias sobre as possibilidades de explorar contactos oficiais e diretos com o Executivo angolano que sairá das urnas nas eleições de 31 de agosto".

A FLEC acrescenta desejar que essas negociações sejam do domínio público em prol de, destacam, "um diálogo franco, honesto e inclusivo para o fim da guerra e a resolução final do conflito em Cabinda".

A organização cabinda reforçou ainda o seu empenho em pôr fim ao conflito "através de uma solução negociada e direta com o Governo angolano".

"O novo Executivo angolano deverá assumir as suas responsabilidades de criar condições favoráveis e mostrar a sua vontade política para finalmente encontrar uma solução política, junto com a direção política da FLEC-Forças Armadas de Cabinda, ao mais alto nível do Estado angolano, isto é, a Assembleia Nacional, o executivo e a Presidência da República", lê-se ainda no comunicado.

Os independentistas adiantam que vão assumir "todas as suas responsabilidades junto do povo de Cabinda".

Relativamente à campanha eleitoral em curso no território, a FLEC reafirma que as eleições angolanas "continuam a ser uma questão de interesse exclusivo e principal dos angolanos".

Todavia, face ao desejo de participação da sociedade civil cabinda no processo eleitoral, considera que aquela deve "assumir as consequências políticas" da opção.

Cabinda é um enclave responsável por cerca de 70 por cento da produção petrolífera angolana e a FLEC luta pela independência do território, que consideram um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, em 1885.

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