sábado, 18 de agosto de 2012

Ministros de organizações sul-americanas reúnem-se para analisar caso Assange



TQ - Lusa

Quito, 18 ago (Lusa) - Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Bolivariana para a Nossa América (ALBA) e da União das Nações Sul-americanas (UNASUR) reúnem-se neste fim de semana em Guayaquil, Equador, para analisar a situação diplomática motivada pelo caso Assange.

Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador anunciou que os chefes da diplomacia da ALBA reúnem-se hoje e os da UNASUR encontram-se no domingo.

O secretário executivo da ALBA, o venezuelano Rodolfo Sanz, referiu que na reunião da organização a que preside será analisada "a situação criada com o asilo político" concedido a Julian Assange, que está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde junho deste ano para evitar a sua extradição para a Suécia, onde é acusado de delitos sexuais.

"Todos conhecemos as firmes posições do Presidente (Rafael) Correa de não permitir ingerências nos assuntos internos do Equador e os países da ALBA têm apoiado" as autoridades equatorianas, disse, acrescentando que a figura do asilo político ou diplomático "deve ser respeitada".

O destino do australiano Julian Assange, de 41 anos, continua incerto apesar do asilo concedido por Quito.

O Equador anunciou na quinta-feira ter concedido asilo ao fundador do site WikiLeaks, refugiado na sua embaixada em Londres desde 19 de junho, mas o Reino Unido considera que a decisão "não muda nada" e que tem a obrigação de extraditar Assange para a Suécia, que o reclama por dois crimes sexuais.

Quito anunciou que o Reino Unido poderia assaltar a sua missão diplomática em Londres caso o australiano não fosse entregue às autoridades britânicas. Londres poderá justificar uma intervenção desse tipo com uma lei de 1987 que permite levantar a imunidade de uma embaixada em solo britânico.

Assange, acusado pela Justiça sueca de violação e agressão sexual, quer evitar a extradição para a Suécia e posteriormente para os Estados Unidos, onde teme ser condenado à pena de morte por espionagem, devido à divulgação pelo seu portal na Internet de 250 mil telegramas da diplomacia norte-americana.

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