sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NUCLEAR FORA DE MODA NA EUROPA CENTRAL



Hospodářské noviny - Presseurop

“As centrais verdes predominam sobre o carvão e o nuclear”, anuncia o Hospodářské noviny. O diário económico checo explica que o rápido crescimento da produção de energias renováveis na Alemanha altera radicalmente a economia do setor energético na Europa Central.

Depois do desastre de Fukushima, devido à perigosidade do nuclear, ao seu custo e às dificuldades no tratamento dos resíduos, a Alemanha de Angela Merkel alterou a sua estratégia energética. Atualmente, 20% da energia alemã resulta de fontes renováveis e este número tem tendência para aumentar. Consequentemente, segundo o Hospodářské noviny, no mercado da Europa Central, o aumento da produção alemã de energias renováveis começa a fazer recuar as energias fósseis e nuclear ao reduzir os benefícios e o valor das ações das empresas energéticas.

A República Checa, por exemplo, é abrangida por esta mudança na medida em que as energias “verdes” (solar, eólica, biomassa) já não são encorajadas. Segundo o Hospodářské noviny, o Governo checo conta inclusivamente deixar de as financiar por completo a partir de 2014. Além disso, a estratégia da ČEZ, a companhia energética nacional – que prevê a construção de um terceiro ou quarto reator na central nuclear de Temelín e a passagem para 55% do peso do nuclear na produção de eletricidade – é cada vez mais criticada pelos analistas.

Há outros gigantes energéticos europeus, em particular alemães, afetados por esta redução nos lucros das empresas energéticas tradicionais, adianta o jornal:

Em 2008, uma ação da E.ON valia 51 euros e agora vale apenas 17. As ações da RWE passaram dos 100 euros antes da crise para os atuais 50.

No ano passado, nota o jornal, a maior parte dos especialistas considerava esta situação temporária e até mesmo um efeito da recessão. No caso das grandes empresas alemãs, estaria ligada à atuação do governo, que não fala da questão nuclear. Hoje, como refere o diário económico, é evidente que "o mercado energético passa por uma mudança profunda".

Sem comentários:

Mais lidas da semana