sexta-feira, 3 de agosto de 2012

QUEM ACREDITA NA POLÍCIA, NA CNE E NAS ELEIÇÕES ANGOLANAS?




Manifestação de ex-militares no Lubango dispersada pela polícia, que fez pelo menos 10 detenções

03 de Agosto de 2012, 10:27

Lubango, Angola, 03 ago (Lusa) - Uma manifestação de ex-militares angolanos no Lubango, centro sul de Angola, foi dispersada à bastonada hoje de manhã pela Polícia de Intervenção Rápida, que efetuou nove detenções, disse à Lusa fonte da organização do protesto.

A iniciativa da manifestação partiu do Fórum Independente dos Desmobilizados de Guerra de Angla (FIDEGA), presidido pelo coronel na reforma Nunes Manuel.

Contactado telefonicamente pela Lusa a partir de Luanda, Nunes Manuel disse que a manifestação visava protestar contra o "incumprimento por parte do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA) do envio de uma comissão em julho para avaliar a situação dos 16 mil desmobilizados que continuam por receber os seus subsídios desde 1992, há 20 anos".

Porta-voz da polícia desmente detenções na manifestação de ex-militares no Lubango

03 de Agosto de 2012, 10:44

Luanda, 03 ago (Lusa) - O porta-voz do Comando Provincial da Polícia Nacional na Huíla, superintendente-chefe Paiva Tomás, desmentiu em declarações à Lusa que tenham sido feitas detenções na manifestação de hoje de manhã no Lubango.

"Até à hora a que saí do Comando, pelas 09:30, não foi feita nenhuma detenção e nem se pode falar numa manifestação", disse aquele oficial da polícia.

O superintendente-chefe Tomás Paiva acrescentou que a manifestação "não estava autorizada" e que eram as únicas informações que tinha disponíveis.

Segundo o presidente do Fórum Independente dos Desmobilizados de Guerra de Angla (FIDEGA), coronel na reforma Nunes Manuel, a intenção de realizar a manifestação foi feita em tempo útil para o Comando Provincial da Polícia e Governo Provincial da Huíla, não tendo sido recebida nenhuma indicação de não autorização do protesto.

Ainda segundo Nunes Manuel, pelo menos nove pessoas foram detidas logo no início da concentração, no Largo João de Almeida, e os restantes manifestantes foram dispersados por efetivos da Polícia de Intervenção Rápida, que contaram com o apoio de elementos trajando à civil, que o presidente da FIDEGA presume pertencerem à corporação.

EL.

CNE apela aos partidos para que não perturbem preparação do escrutínio

03 de Agosto de 2012, 12:27

Luanda, 03 ago (Lusa) - A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola considerou "irresponsáveis e reveladoras de falta de sentido de Estado" posições de partidos políticos e coligações que "visam perturbar todo o processo eleitoral" de 31 de agosto.

O comunicado da CNE surge 48 horas depois de a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) ter ameaçado, em conferência de imprensa, que "utilizará todos os meios legais e pacíficos" para "mobilizar o povo angolano" e "impedir que se realize no dia 31 de agosto uma eleição que não respeita a lei".

No documento, a CNE pede aos partidos e coligações que observem rigorosamente os princípios contidos no Código de Conduta Eleitoral, que os agentes eleitorais devem respeitar.

"A CNE denuncia e repudia todas e quaisquer práticas reiteradas pouco democráticas e espera que os agentes eleitorais contribuam patrioticamente para o processo, com opiniões construtivas que ajudem a exercer as nossas responsabilidades e competências, para alcançar com êxito um processo eleitoral a bem do país e dos angolanos", lê-se no documento.

Segundo o comunicado, o processo eleitoral está a ser preparado "com lisura, transparência, com vista à consolidação da ainda jovem democracia", por isso manifesta a sua "preocupação face às notícias veiculadas", que "põem em causa a legalidade das deliberações tomadas pelo plenário".

"Estas declarações são irresponsáveis e reveladoras de falta de sentido de Estado e um desconhecimento total do país real, e do modo como o processo eleitoral deve ser organizado", acusa o comunicado da CNE.

Na terça-feira, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, deu o prazo de duas semanas para a CNE respeitar a legislação eleitoral aprovada pelo parlamento.

Em causa está a falta de equipamentos que permitam aos presidentes das assembleias de voto transmitir, no final da votação, os resultados para o Centro de Escrutínio, a distribuição, no local, de cópias das atas de voto aos delegados das formações políticas concorrentes e a realização de uma auditoria "séria e independente" ao sistema e equipamentos centrais de escrutínio.

NME (EL).

*O título nos Compactos de Notícias deste género são de responsabilidade de PG

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