quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Moçambique: GUEBUZA SIM OU NÃO, MENORES AO VOLANTE, MATAR POR COMBUSTIVEL

 


Futuro Presidente da República nas mãos de Guebuza
 
19 de Setembro de 2012, 09:29
 
Luís Andrade de Sá, da Agência Lusa
 
Pemba, 19 set (Lusa) - A previsível confirmação de Armando Guebuza como líder da Frelimo, no X Congresso do partido, que se realiza este mês, aumenta a possibilidade de que, no futuro, seja o atual Presidente da República a controlar o seu sucessor.
 
Guebuza, atual Presidente de Moçambique, não poderá candidatar-se a um terceiro mandato, mas a decisão da Frelimo em mantê-lo na liderança do partido vai criar uma situação de dois poderes, na qual o futuro Presidente da República, se for eleito pela Frelimo, deve obediência ao comité central, liderado pelo atual inquilino da Ponta Vermelha.
 
A situação pode resumir-se na velha máxima "Se pensas que pensas, pensas mal; quem pensa por ti é o comité central", até porque, segundo os estatutos do partido, caberá a este órgão "pronunciar-se sobre a composição do governo da Frelimo", a qual, contudo, no regime presidencialista moçambicano, é da competência do Presidente da República, que preside aos conselhos de ministros.
 
A Frelimo ainda não indicou o seu candidato às presidenciais de 2014, nas quais é a principal favorita, dado o crescente apagamento da Renamo e a fraca implantação do MDM a nível nacional.
 
O cenário de um futuro Presidente obediente ao comité central tem inquietado analistas políticos e membros do partido no poder, ainda mal refeitos da certeza manifestada em julho pelo secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, de que "o partido é que orienta o governo".
 
O partido é dirigido pela comissão política do comité central, na qual o Presidente da República, o presidente do parlamento e o primeiro-ministro têm assento por inerência mas sem direito a voto.
 
No entanto, há quem defenda que o atual Presidente deverá seguir os passos de Joaquim Chissano que, em 2005, lhe cedeu o comité central da Frelimo, depois de Guebuza o suceder na presidência do país.
 
"A seu tempo, Guebuza saberá retirar-se para deixar amplamente livre quem o suceder", previu, no semanário Domingo, Sérgio Vieira, fundador da Frelimo e que vai abandonar o comité central, ao fim de 50 anos, no congresso que arranca no dia 23 de setembro em Pemba.
 
Se não o fizer, considera o historiador Egídio Vaz, citado no semanário Savana, Guebuza ficará "com uma imagem completamente apagada já que o (próximo) Presidente da República quererá assumir algum protagonismo".
 
No mesmo jornal, o professor de Direito Gilles Cistac considera que se trata de uma manobra de "captura do Estado" pelo partido no poder.
 
"Esta ideia foi precipitada e acelerada depois de ter falhado o projeto de levar atuais dirigentes políticos para o terceiro mandato", defendeu o académico, referindo-se ao limite constitucional de duas eleições presidenciais consecutivas.
 
A Lusa pediu em julho uma entrevista ao secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, a qual foi confirmada mas, desde então, sucessivamente adiada.
 
LAS
 
Sucessão de Guebuza paira no congresso, mesmo sem se falar no assunto
 
19 de Setembro de 2012, 09:29
 
Luís Andrade de Sá, Agência Lusa
 
Pemba, 19 set (Lusa) - O assunto está fora da agenda mas é a sucessão de Armando Guebuza na Presidência de Moçambique que vai dominar o X Congresso da Frelimo que no domingo arranca em Pemba, no norte do país.
 
O candidato da Frelimo às eleições de 2014 sairá de uma decisão posterior do comité central, órgão que será eleito neste congresso e que voltará a ser dirigido por Armando Guebuza, mas a reunião magna do partido no poder desde a independência de Moçambique, em 1975, poderá clarificar as várias posições.
 
Tudo indica que o candidato da Frelimo, seja ele quem for, será o próximo Presidente da República, saído das eleições de 2014, as quais a Renamo ameaça não disputar e que encontram o MDM, terceiro partido da oposição, ainda sem grande implementação fora do centro do país, onde domina as cidades da Beira e Quelimane.
 
O interesse quase que reside em saber quem será o candidato da Frelimo que sucederá a Armando Guebuza, 69 anos, impedido constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.
 
Nos círculos presidenciais, tem surgido com insistência o nome do primeiro-ministro, Aires Ali, um discreto muçulmano que foi governador de Inhambane e ministro da Educação no último governo de Joaquim Chissano.
 
Ali, 56 anos, tem mantido uma boa imagem junto dos diversos setores, mesmo da oposição, e sabido gerir presenças pontuais em grandes eventos, como nas missas em estádios organizadas pela IURD ou na recente vitória da seleção de futebol de Moçambique sobre Marrocos.
 
Já o "lobby" maconde da Frelimo, liderado pelo general Alberto Chipande, a quem se atribui o primeiro tiro disparado contra o colonialismo português, tem dado indicações de que gostaria de ver na Ponta Vermelha o ministro da Defesa, Filipe Nyusi, um engenheiro mecânico de 53 anos, oriundo daquela etnia do norte do país.
 
Mais fortes, os homens de Chissano ensaiaram recentemente a hipótese de Luísa Diogo, 54 anos, antiga primeira-ministra e que, com Guebuza, passou da lista das 100 mulheres mais influentes do mundo, organizada pela revista Time, para o quase eclipse político.
 
Outros candidatos que têm sido aventados são a atual primeira-dama, Maria da Luz Guebuza, que passou os últimos meses em presidências abertas e em viagens oficiais ao exterior, as quais, cobertas pela comunicação social como se fosse uma dirigente eleita, lhe deram grande visibilidade, o próprio Chipande e Graça Machel, a atual mulher de Nelson Mandela e viúva de Samora.
 
No entanto, nenhum destes presumíveis candidatos se chegou à frente, porque, apesar de pertencer ao campo social-democrata da internacional Socialista, na Frelimo permanece a "memória leninista" do passado que impede candidaturas extemporâneas e à revelia dos órgãos centrais.
 
LAS
 
Polícia pede aos pais para não ensinarem filhos menores a conduzir para reduzir acidentes
 
19 de Setembro de 2012, 12:30
 
Maputo, 19 set (Lusa) - A polícia moçambicana pediu hoje aos pais e encarregados de educação para não ensinarem os filhos a conduzir, nem emprestarem carros, após a detenção, esta semana, de 31 pessoas por condução ilegal, incluindo menores sem carta de condução.
 
Nas últimas três semanas, 100 pessoas morreram na sequência de acidentes de viação, disse o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique, Pedro Cossa.
 
As autoridades policiais têm vindo a registar um crescente número de casos de condução ilegal por menores, disse.
 
"Temos casos de pais que emprestam as viaturas aos filhos menores para passear. Outros ensinam os filhos a conduzir, mas estes depois roubam as chaves dos carros dos progenitores para saírem à noite, e ir a festas e discotecas com amigos, envolvendo-se muitas vezes em acidentes", disse Pedro Cossa.
 
Só na semana passada, a polícia registou 42 acidentes de viação, resultantes de condução ilegal, que resultaram em 30 mortos e 77 feridos.
 
No período em análise, 23 mil viaturas foram fiscalizadas, resultando na aplicação de 5.369 multas por violação das regras do código das estradas. A polícia apreendeu ainda 118 veículos e 206 cartas de condução.
 
Dados governamentais indicam que, em Moçambique, os acidentes de viação causam um prejuízo anual de 46 milhões de euros.
 
MMT.
 
Camionistas mortos em roubo de combustível
 
19 de Setembro de 2012, 13:07
 
Chimoio, 19 set (Lusa) Dois camionistas estrangeiros de longo curso foram mortos, com recurso a catanas, nas últimas duas semanas na província de Manica, centro de Moçambique, quando transportavam combustível do porto para o interior, disse hoje à Lusa fonte policial.
 
Os camionistas, segundo a polícia, foram surpreendidos quando descansavam no interior das suas viaturas nos distritos de Barue e Gondola (Manica), tendo neste último os supostos ladrões retirado, do camião-cisterna, 30 mil litros de combustível, que se destinavam a abastecer o Malaui.
 
"O último caso deu-se domingo em Nhamatema (Barue) onde um camionista malaui e uma acompanhante zimbabueana foram mortos no interior do camião em que se faziam transportar. Os ladrões só levaram os documentos, mas há suspeitas de que o alvo era o saque de combustível", explicou à Lusa Belmiro Mutadiua, porta-voz da polícia.
 
Três pessoas estão detidas por suposta ligação aos crimes.
 
Entretanto a polícia esta a investigar se os crimes têm alguma ligação com a crescente onda de venda de combustível no mercado negro, sobretudo ao longo das estradas nacionais (N6 e N7) que formam os corredores de Sofala e Tete, que ligam o porto da Beira, no oceano indico, aos países do 'interland'.
 
AYAC
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 

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