domingo, 25 de novembro de 2012

A DESLOCALIZAÇÃO DOS EUA ATINGE PORTUGAL

 


 
No fundo o caso é como vários que já conhecemos de empresas sediadas em Portugal que resolveram, a certa altura, deslocalizar a sua produção para o Oriente, em busca de mão de obra barata - e deixando para trás o habitual rasto de desemprego e miséria. É isso, em suma, que se passa com a decisão dos EUA de reduzirem fortemente o seu contingente na Base das Lajes (ilha Terceira, Açores).
 
Os interesses geoestratégicos dos EUA estão a caminhar para o Pacífico porque é lá que reside o perigo chinês. Para já, a China é um fortíssimo concorrente comercial, um dia será um provável rival militar.
 
Ao mesmo tempo, a crise impõe a Washington cortes globais na despesa militar na ordem dos 500 mil milhões de dólares (390,5 mil milhões de euros). Na Europa, o "downsizing" militar do EUA, por esta dupla razão (estratégica e orçamental), não atinge somente Portugal. Também afeta, por exemplo, o contingente americano estacionado na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.
 
Acontece que, na Alemanha, há uma economia que consegue absorver as perdas; e nos Açores não. Os desempregados portugueses nas Lajes serão, segundo se estima, cerca de 300 (num total de 800 empregados na base). E a ilha já esgotou a sua capacidade de absorção. Soluções a curto-prazo não se vislumbram. No longo prazo importa projetar uma economia que não dependa de Washington.
 

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