Liberal (cv)
Na Amadora - Idoso
doente arrancado à força da sua casa em Santa Filomena
A situação neste
bairro da Amadora volta a ser notícia, agora que a câmara local decidiu retomar
os despejos. E entre os cabo-verdianos ali residentes ou despejados cresce a
indignação pelo silêncio da Embaixada em Lisboa, acusada de não prestar
qualquer apoio aos nossos patrícios
Amadora (Portugal),
prosseguem, por determinação da autarquia local, segundo o Coletivo pelo
Direito à Habitação e à Cidade (HABITA), “de forma extremamente violenta”,
envolvendo forças da Polícia de Segurança Pública e da Polícia Municipal.
Na manhã da última
segunda-feira o alvo da ação policial foram cerca de duas dezenas de moradores
que se viram obrigados a abandonar as suas casas (sete alojamentos). Segundo o
HABITA, entre estes “contam-se dez menores e dois idosos, tendo um deles,
apresentando graves problemas de saúde, sido arrancado à força pela polícia
após se ter negado a abandonar a sua casa” e hospitalizado.
O “HUMANISMO”
CAMARÁRIO…
A Câmara Municipal
da Amadora, dirigida pelo Partido Socialista (camarada do PAICV na respetiva
internacional), alegando “razões humanitárias” resolveu “oferecer” uma semana
de alojamento gratuito, numa pensão de Lisboa, às famílias despejadas, mas
findo esse período estas serão colocadas no olho da rua e dificilmente
conseguirão alojamento através do mercado de arrendamento, onde se praticam
preços proibitivos e onde ter “a cor de pele errada” é uma dificuldade
acrescida…
“Mais uma vez, a
Câmara Municipal da Amadora mostra um profundo desrespeito pelos mais
elementares direitos humanos, uma flagrante incompetência na resolução dos
problemas habitacionais actualmente existentes no concelho que, no actual
contexto de crise, se têm agravado, em suma, um comportamento inaceitável, num
Estado democrático”, refere o Coletivo pelo Direito à Habitação e à Cidade, em
comunicado chegado à nossa redação, informando ainda que “perante estes factos,
os moradores de Santa Filomena e o HABITA vão contactar a Câmara da Amadora, o
IRU (Instituto de Reabilitação Urbana), a Segurança Social e o Provedor de
Justiça sobre o atropelo dos direitos humanos decorrente da intervenção
policial e das demolições sem realojamento efetivo”.
Entre os moradores,
cabo-verdianos e seus descendentes, cresce a indignação pelo silêncio e omissão
da Embaixada de Cabo Verde em Lisboa que, segundo dizem, “em nenhum momento
veio aqui manifestar a sua solidariedade ou apoio”. Uma versão que contraria o
que tem sido afirmado pela embaixadora e mesmo pelo Governo de José Maria
Neves.
Entretanto, o
Liberal sabe que a Presidência da República está a acompanhar de perto esta
situação, “discretamente, mas acompanhando”, referiu uma fonte próxima do
Palácio do Plateau.
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