terça-feira, 20 de novembro de 2012

AUTORIDADES MUNICIPAIS PORTUGUESAS PROSSEGUEM AÇÃO DE “TERRORISMO SOCIAL”

 

Liberal (cv)
 
Na Amadora - Idoso doente arrancado à força da sua casa em Santa Filomena
 
A situação neste bairro da Amadora volta a ser notícia, agora que a câmara local decidiu retomar os despejos. E entre os cabo-verdianos ali residentes ou despejados cresce a indignação pelo silêncio da Embaixada em Lisboa, acusada de não prestar qualquer apoio aos nossos patrícios
 
Amadora (Portugal), prosseguem, por determinação da autarquia local, segundo o Coletivo pelo Direito à Habitação e à Cidade (HABITA), “de forma extremamente violenta”, envolvendo forças da Polícia de Segurança Pública e da Polícia Municipal.
 
Na manhã da última segunda-feira o alvo da ação policial foram cerca de duas dezenas de moradores que se viram obrigados a abandonar as suas casas (sete alojamentos). Segundo o HABITA, entre estes “contam-se dez menores e dois idosos, tendo um deles, apresentando graves problemas de saúde, sido arrancado à força pela polícia após se ter negado a abandonar a sua casa” e hospitalizado.
 
O “HUMANISMO” CAMARÁRIO…
 
A Câmara Municipal da Amadora, dirigida pelo Partido Socialista (camarada do PAICV na respetiva internacional), alegando “razões humanitárias” resolveu “oferecer” uma semana de alojamento gratuito, numa pensão de Lisboa, às famílias despejadas, mas findo esse período estas serão colocadas no olho da rua e dificilmente conseguirão alojamento através do mercado de arrendamento, onde se praticam preços proibitivos e onde ter “a cor de pele errada” é uma dificuldade acrescida…
 
“Mais uma vez, a Câmara Municipal da Amadora mostra um profundo desrespeito pelos mais elementares direitos humanos, uma flagrante incompetência na resolução dos problemas habitacionais actualmente existentes no concelho que, no actual contexto de crise, se têm agravado, em suma, um comportamento inaceitável, num Estado democrático”, refere o Coletivo pelo Direito à Habitação e à Cidade, em comunicado chegado à nossa redação, informando ainda que “perante estes factos, os moradores de Santa Filomena e o HABITA vão contactar a Câmara da Amadora, o IRU (Instituto de Reabilitação Urbana), a Segurança Social e o Provedor de Justiça sobre o atropelo dos direitos humanos decorrente da intervenção policial e das demolições sem realojamento efetivo”.
 
Entre os moradores, cabo-verdianos e seus descendentes, cresce a indignação pelo silêncio e omissão da Embaixada de Cabo Verde em Lisboa que, segundo dizem, “em nenhum momento veio aqui manifestar a sua solidariedade ou apoio”. Uma versão que contraria o que tem sido afirmado pela embaixadora e mesmo pelo Governo de José Maria Neves.
 
Entretanto, o Liberal sabe que a Presidência da República está a acompanhar de perto esta situação, “discretamente, mas acompanhando”, referiu uma fonte próxima do Palácio do Plateau.
 
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