sábado, 10 de novembro de 2012

Cabo Verde: CAPITAL DE RISCO, ILHA DESERTA, NÃO HÁ DINHEIRO PARA 13º MÊS

 


Cabo Verde cria Fundo de Capital de Risco com 450 mil euros para as pequenas empresas
 
09 de Novembro de 2012, 14:55
 
Cidade da Praia, 09 nov (Lusa) - A Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação (ADEI) de Cabo Verde criou um Fundo de Capital de Risco dedicado às micro, pequenas e médias empresas (MPME), apresentado quinta-feira na Cidade da Praia.
 
A iniciativa foi apresentada pelo presidente da ADEI, Frantz Tavares, durante uma conferência sob o lema "Capital de Risco: Uma Solução para o Financiamento e Crescimento das PME", adiantando que o fundo, inicialmente, contará com 50 mil contos (453 mil euros), prevendo-se que possa sextuplicar em seis anos.
 
"O fundo é um instrumento com uma abordagem diferente da do financiamento da banca comercial e pretende constituir-se como um parceiro de negócio, dado que o investimento é no capital da empresa e aporta capacidade de gestão e 'networking', consistindo num fator de desenvolvimento e crescimento do negócio", disse.
 
Frantz Tavares recordou que os estudos realizados pelo Fórum Económico Mundial (FEM), pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e por instituições nacionais e internacionais vêm reiterando que o acesso ao financiamento é uma das principais ameaças do ambiente de negócios.
 
Tal, acrescentou, manifesta-se na criação de empresas, dado que muitos projetos empreendedores não são financiados através da banca tradicional. No entanto, frisou, várias MPME sentem dificuldades para financiar a expansão e crescimento do negócio.
 
Entre as vantagens, o fundo permite que as MPME cabo-verdianas possam alavancar o seu financiamento através do crédito comercial com perfis de risco menores, diminuindo os custos do empréstimo.
 
"O capital de risco não exige garantias e está presente na empresa a fazer o acompanhamento. A banca tradicional não está presente e não apoia as empresas", lembro, acrescentando que os oito bancos de Cabo Verde não conseguem dar resposta, pelo que as empresas continuam a sentir dificuldades para financiar a sua atividade e o seu crescimento.
 
O presidente da ADEI considerou também que, em Cabo Verde, os progressos registados no quadro regulador do sistema financeiro - que resultaram no desenvolvimento de novos serviços financeiros (bolsa de valores, instituições de microcrédito) e o aumento de instituições de crédito no país -, são mais vocacionados para o financiamento de outros segmentos de mercado (incluindo o imobiliário) e de empresas consolidadas.
 
Nesse sentido, reconheceu que persiste um défice de financiamento significativo nos micro, pequenos e médios negócios e projetos empreendedores, o que justifica a criação do fundo dedicado às MPME, que conta com a parceria da UNIDO.
 
JSD // MBA
 
ONG desenvolve projeto de repovoamento da fauna de ilha deserta em Cabo Verde
 
09 de Novembro de 2012, 15:05
 
Cidade da Praia, 09 nov (Lusa) - A organização não-governamental (ONG) ambientalista cabo-verdiana Biosfera I está a desenvolver um projeto científico com vista ao repovoamento da fauna da ilha de Santa Luzia, a única ilha desabitada das dez do arquipélago de Cabo Verde.
 
Atualmente desabitada, a ilha - de 35 quilómetros quadrados e uma altitude máxima de 395 metros, com 13 quilómetros de comprimento por cinco de largura - albergou no século XIX uma pequena comunidade de cerca de 20 habitantes, que se dedicavam à pastorícia, à pesca e à extração de urzela (líquen de que se obtém uma tinta violeta) em grande quantidade.
 
O projeto está a ser desenvolvido pela Biosfera I, em parceria com a britânica Royal Society for the Protection of Birds (RSPB), instituição que disponibiliza recursos financeiros e humanos nessa ação de proteção da vida animal e de preservação de uma reserva ecológica ameaçada.
 
Em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), o ambientalista José Melo, da Biosfera I, precisou que o objetivo é, em três anos, recolocar em Santa Luzia espécies de aves e répteis que em tempos ali viveram, mas que desapareceram dessa parcela do território cabo-verdiano devido à ação humana (sobretudo pescadores que arribam ao local) e de gatos selvagens, que entretanto se espalharam pela ilha.
 
Segundo o ambientalista, em setembro quatro investigadores da RSPB estiveram no terreno a estudar os hábitos dos gatos selvagens, cujos movimentos serão seguidos, graças à colocação de "chips" nos animais, processo que terminará com a captura dos felinos e a sua posterior transferência para a vizinha ilha de São Vicente.
 
Os técnicos ingleses investigaram também o habitat das espécies animais que outrora viviam em Santa Luzia e que agora vivem no vizinho ilhéu Raso, para saberem se existem atualmente as mesmas condições de sobrevivência das espécies, com vista a à sua reintrodução nessa ilha.
 
José Melo garantiu que os dados recolhidos e analisados em laboratórios de campanha pelos investigadores da RSPB apontam para o sucesso da operação, que, nas fases seguintes, irá envolver também outras instituições científicas.
 
O projeto de retribuição a Santa Luzia da sua população de aves e répteis deverá arrancar em janeiro de 2013, altura em que, em princípio, estará desbloqueado o seu financiamento, que tem um plano de implementação de três anos.
 
A Biosfera I conta com a colaboração das comunidades de pescadores que operam na região onde se situa a ilha de Santa Luzia e dos serviços governamentais afetos aos setores do ambiente, das pescas e da vigilância marítima, para que a operação venha ter os resultados esperados.
 
Para o efeito, a ONG ambientalista quer trabalhar num plano de fiscalização e vigilância da área marinha protegida de Santa Luzia para que o repovoamento da ilha possa ser bem sucedido e não ser afetado pela ação do homem.
 
A Biosfera I é uma associação sem fins lucrativos criada em 2006, na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, e visa proteger o ambiente, com especial foco nos ecossistemas marinhos e na fauna.
 
A ONG tem também realizado campanhas anuais de preservação da Cagarra-de-Cabo-Verde ("Calonectris edwardsii"), espécie que só existe em Cabo Verde e está em perigo de extinção.
 
JSD // VM.
 
Cabo Verde sem espaço orçamental para o 13.º mês, reitera ministra das Finanças
 
09 de Novembro de 2012, 17:21
 
Cidade da Praia, 09 nov (Lusa) - A ministra das Finanças cabo-verdiana garantiu que a instituição do 13.º mês, promessa do Governo, é uma questão que está ultrapassada, pois o país "não tem espaço orçamental" para atribuir o subsídio.
 
Numa entrevista hoje publicada no jornal cabo-verdiano A Semana, Cristina Duarte alegou que "não será moralmente aceitável" atribuir o subsídio quando muitos dos países que ajudam Cabo Verde estão a passar por dificuldades e, por causa delas, "privam os seus próprios cidadãos dessas regalias".
 
"A única maneira de o Governo considerar essa possibilidade seria se o país crescesse, por exemplo, acima dos 15 por cento", afirmou a ministra das Finanças de Cabo Verde, lembrando que a média do crescimento económico tem rondado os 6,5 por cento nos últimos anos e que, para 2013, a previsão é igual à deste ano, cinco por cento.
 
Quanto ao salário mínimo, avançou que a decisão está a ser negociada em sede de Concertação Social.
 
Sobre os aumentos salariais para 2013, a ministra indicou que serão substituídos pelos ajustamentos a introduzir no quadro do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Administração Pública.
 
A introdução do PCCS, a instituição do salário mínimo, a atribuição do 13.º mês na Função Pública e a participação dos sindicatos na gestão do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) são os quatro pontos que as centrais sindicais querem ver definidos na reunião do Conselho de Concertação Social marcada para a próxima semana.
 
JSD //JMR.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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