Cabo Verde cria
Fundo de Capital de Risco com 450 mil euros para as pequenas empresas
09 de Novembro de
2012, 14:55
Cidade da Praia, 09
nov (Lusa) - A Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação (ADEI) de
Cabo Verde criou um Fundo de Capital de Risco dedicado às micro, pequenas e
médias empresas (MPME), apresentado quinta-feira na Cidade da Praia.
A iniciativa foi
apresentada pelo presidente da ADEI, Frantz Tavares, durante uma conferência
sob o lema "Capital de Risco: Uma Solução para o Financiamento e
Crescimento das PME", adiantando que o fundo, inicialmente, contará com 50
mil contos (453 mil euros), prevendo-se que possa sextuplicar em seis anos.
"O fundo é um
instrumento com uma abordagem diferente da do financiamento da banca comercial
e pretende constituir-se como um parceiro de negócio, dado que o investimento é
no capital da empresa e aporta capacidade de gestão e 'networking', consistindo
num fator de desenvolvimento e crescimento do negócio", disse.
Frantz Tavares
recordou que os estudos realizados pelo Fórum Económico Mundial (FEM), pela
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e por
instituições nacionais e internacionais vêm reiterando que o acesso ao
financiamento é uma das principais ameaças do ambiente de negócios.
Tal, acrescentou,
manifesta-se na criação de empresas, dado que muitos projetos empreendedores
não são financiados através da banca tradicional. No entanto, frisou, várias
MPME sentem dificuldades para financiar a expansão e crescimento do negócio.
Entre as vantagens,
o fundo permite que as MPME cabo-verdianas possam alavancar o seu financiamento
através do crédito comercial com perfis de risco menores, diminuindo os custos
do empréstimo.
"O capital de
risco não exige garantias e está presente na empresa a fazer o acompanhamento.
A banca tradicional não está presente e não apoia as empresas", lembro,
acrescentando que os oito bancos de Cabo Verde não conseguem dar resposta, pelo
que as empresas continuam a sentir dificuldades para financiar a sua atividade
e o seu crescimento.
O presidente da
ADEI considerou também que, em
Cabo Verde , os progressos registados no quadro regulador do
sistema financeiro - que resultaram no desenvolvimento de novos serviços
financeiros (bolsa de valores, instituições de microcrédito) e o aumento de
instituições de crédito no país -, são mais vocacionados para o financiamento
de outros segmentos de mercado (incluindo o imobiliário) e de empresas
consolidadas.
Nesse sentido,
reconheceu que persiste um défice de financiamento significativo nos micro,
pequenos e médios negócios e projetos empreendedores, o que justifica a criação
do fundo dedicado às MPME, que conta com a parceria da UNIDO.
JSD // MBA
ONG desenvolve
projeto de repovoamento da fauna de ilha deserta em Cabo Verde
09 de Novembro de
2012, 15:05
Cidade da Praia, 09
nov (Lusa) - A organização não-governamental (ONG) ambientalista cabo-verdiana
Biosfera I está a desenvolver um projeto científico com vista ao repovoamento
da fauna da ilha de Santa Luzia, a única ilha desabitada das dez do arquipélago
de Cabo Verde.
Atualmente
desabitada, a ilha - de 35 quilómetros quadrados e uma altitude máxima de 395
metros, com 13 quilómetros de comprimento por cinco de largura - albergou no
século XIX uma pequena comunidade de cerca de 20 habitantes, que se dedicavam à
pastorícia, à pesca e à extração de urzela (líquen de que se obtém uma tinta
violeta) em grande quantidade.
O projeto está a
ser desenvolvido pela Biosfera I, em parceria com a britânica Royal Society for
the Protection of Birds (RSPB), instituição que disponibiliza recursos
financeiros e humanos nessa ação de proteção da vida animal e de preservação de
uma reserva ecológica ameaçada.
Em declarações à
Rádio de Cabo Verde (RCV), o ambientalista José Melo, da Biosfera I, precisou
que o objetivo é, em três anos, recolocar em Santa Luzia espécies
de aves e répteis que em tempos ali viveram, mas que desapareceram dessa
parcela do território cabo-verdiano devido à ação humana (sobretudo pescadores
que arribam ao local) e de gatos selvagens, que entretanto se espalharam pela
ilha.
Segundo o
ambientalista, em setembro quatro investigadores da RSPB estiveram no terreno a
estudar os hábitos dos gatos selvagens, cujos movimentos serão seguidos, graças
à colocação de "chips" nos animais, processo que terminará com a
captura dos felinos e a sua posterior transferência para a vizinha ilha de São
Vicente.
Os técnicos
ingleses investigaram também o habitat das espécies animais que outrora viviam em Santa Luzia e que
agora vivem no vizinho ilhéu Raso, para saberem se existem atualmente as mesmas
condições de sobrevivência das espécies, com vista a à sua reintrodução nessa
ilha.
José Melo garantiu
que os dados recolhidos e analisados em laboratórios de campanha pelos
investigadores da RSPB apontam para o sucesso da operação, que, nas fases
seguintes, irá envolver também outras instituições científicas.
O projeto de
retribuição a Santa Luzia da sua população de aves e répteis deverá arrancar em
janeiro de 2013, altura em que, em princípio, estará desbloqueado o seu
financiamento, que tem um plano de implementação de três anos.
A Biosfera I conta
com a colaboração das comunidades de pescadores que operam na região onde se
situa a ilha de Santa Luzia e dos serviços governamentais afetos aos setores do
ambiente, das pescas e da vigilância marítima, para que a operação venha ter os
resultados esperados.
Para o efeito, a
ONG ambientalista quer trabalhar num plano de fiscalização e vigilância da área
marinha protegida de Santa Luzia para que o repovoamento da ilha possa ser bem
sucedido e não ser afetado pela ação do homem.
A Biosfera I é uma
associação sem fins lucrativos criada em 2006, na cidade do Mindelo, ilha de
São Vicente, e visa proteger o ambiente, com especial foco nos ecossistemas
marinhos e na fauna.
A ONG tem também
realizado campanhas anuais de preservação da Cagarra-de-Cabo-Verde
("Calonectris edwardsii"), espécie que só existe em Cabo Verde e está em
perigo de extinção.
JSD // VM.
Cabo Verde sem
espaço orçamental para o 13.º mês, reitera ministra das Finanças
09 de Novembro de
2012, 17:21
Cidade da Praia, 09
nov (Lusa) - A ministra das Finanças cabo-verdiana garantiu que a instituição
do 13.º mês, promessa do Governo, é uma questão que está ultrapassada, pois o
país "não tem espaço orçamental" para atribuir o subsídio.
Numa entrevista
hoje publicada no jornal cabo-verdiano A Semana, Cristina Duarte alegou que
"não será moralmente aceitável" atribuir o subsídio quando muitos dos
países que ajudam Cabo Verde estão a passar por dificuldades e, por causa
delas, "privam os seus próprios cidadãos dessas regalias".
"A única
maneira de o Governo considerar essa possibilidade seria se o país crescesse,
por exemplo, acima dos 15 por cento", afirmou a ministra das Finanças de
Cabo Verde, lembrando que a média do crescimento económico tem rondado os 6,5
por cento nos últimos anos e que, para 2013, a previsão é igual à deste ano,
cinco por cento.
Quanto ao salário
mínimo, avançou que a decisão está a ser negociada em sede de Concertação
Social.
Sobre os aumentos
salariais para 2013, a ministra indicou que serão substituídos pelos
ajustamentos a introduzir no quadro do Plano de Cargos, Carreiras e Salários
(PCCS) da Administração Pública.
A introdução do
PCCS, a instituição do salário mínimo, a atribuição do 13.º mês na Função
Pública e a participação dos sindicatos na gestão do Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS) são os quatro pontos que as centrais sindicais querem
ver definidos na reunião do Conselho de Concertação Social marcada para a
próxima semana.
JSD //JMR.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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