terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cabo Verde: Orçamento para 2013 é "prudente e ambicioso" - ministra das Finanças

 

JSD – MBA - Lusa
 
Cidade da Praia, 20 nov (Lusa) - O Orçamento do Estado para 2013 em Cabo Verde é, ao mesmo tempo, "prudente e ambicioso", pois garante a continuidade da estabilidade macroeconómica e da infraestruturação económica e social, disse hoje a ministra das Finanças cabo-verdiana.
 
Falando aos jornalistas à margem de uma audição na Comissão Especializada de Finanças e Orçamento do Parlamento de Cabo Verde, Cristina Duarte assinalou não ser fácil, após cinco anos de crise internacional, manter a estabilidade macroeconómica e ter espaço orçamental para o Programa de Investimentos Públicos (PIP).
 
"O OE, ainda na fase de proposta, vai permitir garantir a continuidade da estabilidade macroeconómica do país, o que é prudente, do Programa do Governo, particularmente na sua vertente de infraestruturação económica e social, que é ambicioso. Conseguir isto depois de cinco anos de crise não é fácil", afirmou.
 
"A crise internacional rebentou em 2007 e atingiu Cabo Verde no terceiro trimestre de 2008 e tem estado cá", acrescentou, lembrando que o novo OE, a discutir e votar no Parlamento a partir de 26 deste mês, prevê, "mesmo assim", uma taxa de crescimento económico em torno dos 5%.
 
A proposta de orçamento prevê despesas no valor de 60,4 milhões de contos (547,7 milhões de euros), destinando 25,9 milhões de contos (234,8 milhões de euros) para o PIP, com Cristina Duarte a frisar a disponibilidade de manutenção de um "instrumento fundamental para gerir a crise" internacional.
 
Do lado das receitas, a proposta prevê 47,3 milhões de contos (428,9 milhões de euros) - cerca de 20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), estando o "gap" orçamental totalmente coberto com empréstimos concessionais (de longa duração e baixa taxa de juros).
 
Segundo Cristina Duarte, o défice projetado de 7,4% para 2013 "não é comparável" aos 9,8% do OE para 2012, sobretudo devido à retrocessão dos empréstimos às empresas participadas e à revisão dos parâmetros que servem de base aos cálculos, o que torna o valor "mais real".
 
"Estimamos um crescimento de 5%, na média dos últimos cinco anos, mesmo havendo muitas incerteza", acrescentou, garantindo que o endividamento (90% do PIB -- 70% de dívida externa e 20% interna), continua dentro dos parâmetros da sustentabilidade da dívida, tendo "luz verde" do FMI.
 
A inflação está prevista para o intervalo entre os 2,5 e 3,5%, afirmou Cristina Duarte, ao mesmo tempo que desdramatizou as críticas da oposição cabo-verdiana, que considera o OE para 2013 "recessivo", com um aumento "brutal" de impostos (subida do IVA de 6 para 15% afetando os bens e produtos de primeira necessidade.
 
"As críticas são normais. Mas desde 2006 que o Governo tem vindo a baixar a carga fiscal. O imposto sobre as pessoas coletivas baixou de 35 para 25%, o último escalão do Imposto Único sobre o Rendimento (IUR) baixou de 45 para 35% e o das pequenas e médias empresas baixou de 20 para 15%", realçou.
 
"Impunha-se a recentragem do IVA, porque é uma medida que está agendada dentro da política fiscal desde 2006 e é o mais correto para salvaguardarmos a eficiência e eficácia do imposto", concluiu.
 

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