sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CGTP ACUSA FMI DE DESRESPEITO PELO POVO PORTUGUÊS

 

SIC - Lusa
 
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, acusou hoje o FMI de cinismo, hipocrisia e desrespeito pelo português, com o alerta de que a austeridade se pode tornar "política e socialmente insustentável".
 
"Estamos perante uma declaração cínica, cínica mesmo, e de profundo desrespeito para com o povo português", disse à Lusa Arménio Carlos.
 
O dirigente sindical acusou o FMI de, ao mesmo tempo que "assume publicamente que a austeridade vai condenar os países a uma situação ainda mais insustentável", dar "indicações ao seu representante que está na 'troika' em Portugal para continuar a exigir a redução dos salários, a revisão ainda para pior da legislação laboral, continuar a exigir a redução da despesa social".
 
"Estamos perante uma enormíssima hipocrisia, um enormíssimo cinismo", acusou.
 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou quinta feira que os programas de austeridade nas economias europeias com mais dificuldades podem ter limites políticos, à medida que aumenta a resistência na Grécia e em Portugal aos termos dos seus resgates financeiros.
 
Numa nota divulgada em Washington, sobre o encontro de 04 e 05 de novembro com o G20 no México, o FMI considera que as condições financeiras na zona euro "continuam frágeis" e que há riscos de que os países que pediram apoio não consigam cumprir as reformas de ajustamento exigidas.
 
A instituição liderada por Christine Lagarde entende a austeridade "pode tornar-se política e socialmente insustentável nos países periféricos, uma vez que as reformas estruturais e orçamentais vão ainda levar anos para se concluírem".
 
"FMI é uma sigla de uma entidade que, onde entra, só deixa terra queimada. Pura e simplesmente, aumenta a pobreza, as desigualdades, a exclusão social, a exploração dos povos e dos países", disse Arménio Carlos, apontando os exemplos da América Latina e da Ásia.
 
O sindicalista alargou as críticas aos outros membros da 'troika' (Banco Central Europeu e Comissão Europeia (CE), para vincar que a CE "devia ter vergonha do que se está a passar na Europa e, particularmente, do que está a fazer em Portugal".
 
"Não é só empobrecer, é colonizar-nos financeiramente, tornar-nos prisioneiros dentro do nosso país, não nos deixa crescer, trabalhar, criar emprego, dinamizar a economia", acusou.
 
Para Arménio Carlos, a 'troika' "não está a ajudar Portugal, mas sim a enterrar Portugal".
 

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