Diário de Notícias
- Lusa, publicado por Graciosa Silva – foto em El Periódico
Os 5,4 milhões de
eleitores catalães decidem hoje o futuro Governo regional, depois de uma
intensa campanha dominada pelo debate sobre a independência da região e marcada
por intensa polémica entre a região e Madrid.
Uma polémica que se
arrastou até ao último dia de campanha, com as réplicas da publicação de um
relatório 'fantasma' - que acusa de corrupção Artur Mas, presidente do Governo
Regional catalão e candidato à reeleição - a subirem de tom.
Cerca de 7.900
agentes polícias estão destacados em toda a região para garantir a segurança
durante a jornada eleitoral de hoje, garantindo a normalidade nos 2.718
colégios eleitorais instalados.
Em jogo estão 135
lugares no Parlamento da Catalunha, a quem cabe eleger o novo presidente da
Generalitat (Governo regional) e a quem caberá, a confirmarem-se as sondagens,
avançar com a convocatória de um referendo sobre a independência da região.
Um total de 62
candidaturas apresenta-se nas quatro circunscrições eleitorais (que coincidem
com as províncias) sendo que as sondagens antecipam uma vitória da Convergência
e União (CiU), de Artur Mas.
Estas serão as
décimas eleições regionais - a CiU ganhou sete delas - e, segundo as sondagens,
haverá uma clara maioria de forças nacionalistas catalãs, possivelmente controlando
quase dois terços dos deputados.
Artur Mas
comprometeu-se já a convocar, caso vença o sufrágio de hoje, um referendo sobre
a independência da Catalunha.
Se a Catalunha se
tornar independente, será "o sétimo maior Estado da União Europeia"
em termos de riqueza por habitante, segundo as contas de Artur Mas.
Com um Produto
Interno Bruto (PIB) por habitante de 27.430 euros em 2011, de acordo com o
instituto de estatística espanhol, a Catalunha surge no quarto lugar entre as
17 regiões espanholas, acima da média espanhola (23.271 euros) e da União
Europeia (25.134 euros).
Mas a Catalunha
diz-se também a região mais endividada de Espanha, afirmando ter um défice
fiscal anual de 16 mil milhões de euros, valor contestado por Madrid. Por isso,
a região exige ao governo central de Madrid, que acusa de ser responsável pelas
dificuldades financeiras na região, um "pacto fiscal", que permita
arrecadar os seus próprios impostos.
Independentemente
do que acontecer hoje, o Governo eleito terá nas mãos um complexo 'puzzle' para
tentar acertar as contas regionais e cumprir as metas de défice impostas.
A região aplicou já
cinco planos de ajuste - os mais recentes suscitaram protestos e greves -- mas,
ainda assim, continua a registar a maior dívida de todas as comunidades
autónomas, tanto em termos relativos como absolutos.
No total, a
Catalunha tem uma dívida acumulada de 43.954 milhões de euros - com crescentes
custos financeiros devido aos juros -, o que dificulta o acesso aos mercados
financeiros e que já levou a região a apelar ao Governo central.
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