sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Lusa disponível para substituir RTP nos postos que a estação "venha a extinguir"

 
Afonso Camões
APL – MBA - Lusa, com foto
 
Lisboa, 08 nov (Lusa) – A Agência Lusa manifestou-se disponível, em carta enviada a Miguel Relvas em setembro, para assegurar o serviço noticioso de televisão e rádio públicas nos postos que “a RTP venha a extinguir” no país e no mundo.
 
O presidente do conselho de administração da Agência Lusa, Afonso Camões, indicou esta tarde no Parlamento que a Lusa tem condições para se substituir à RTP, “na medida em que a RTP entender, no país e no mundo”, e que isso mesmo foi comunicado ao ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares.
 
“O discurso das sinergias é um discurso nosso, desde a primeira hora”, sublinhou o gestor, que esta tarde foi ouvido em audição pela comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e Comunicação. “A RTP é um cliente nosso e queremos que seja mais cliente nosso”, acrescentou, especificando que a Lusa é hoje “um grande produtor de conteúdos na área do audiovisual e áudio”.
 
“Muitos dos áudios que nos habituámos a ouvir com a voz da senhora Merkel são recolhidos pelo correspondente da Lusa em Berlim”, ilustrou aos deputados.
 
O gestor disse ainda que fez saber da disponibilidade da Lusa para olhar para sinergias com a RTP ao novo presidente da administração da estação pública, Alberto da Ponte, logo que tomou posse, até porque uma e outra empresa têm “acionistas comuns e a mesma missão de serviço público”.
 
Camões sublinhou, porém, que a Lusa e a RTP partilham já instalações, por exemplo em Angola, e que no domínio logístico há pouco mais ganhos a obter. “Não precisamos de mais instalações; precisamos é de mais encomenda, que a RTP nos peça mais serviços”, afirmou.
 
A anemia do mercado foi um dos desafios que a “indústria” da comunicação social enfrenta e que penaliza o desempenho da Lusa, acentuou o gestor. "A Lusa poderia fazer a televisão corporativa da TAP, do Metro, das Câmaras. Não temos um problema de falta de produto, temos produtos novos todos os anos. Mas o mercado não quer ou não tem capacidade para investir neles", disse Afonso Camões.
 
A título de exemplo, e refutando indicações deixadas pelos deputados segundo os quais vários presidentes de câmara tornaram públicas as preocupações sobre o futuro da Agência Lusa, Afonso Camões sublinhou que “só 13 câmaras [municipais das 308 existentes] querem ser nossos clientes” e concluiu: “Esta Assembleia [da República] paga 2,500 euritos por todo o serviço da Lusa”.
 

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