domingo, 25 de novembro de 2012

Portugal: Alfredo Maia critica "fúria legislativa" que contraria "mandato" dos jornalistas

 


PPF (CMP)  MBA – Lusa, com foto de José Coelho
 
O presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ), Alfredo Maia, criticou hoje a "fúria legislativa" do Governo na área da comunicação social, apontando que a mesma contraria o "mandato" dos profissionais do setor para servir os cidadãos.
 
Falando num debate organizado pelo SJ, e que decorreu durante toda a tarde em Lisboa, Alfredo Maia reiterou que o SJ está "na primeira linha" na defesa do serviço público noticioso, quer de televisão, rádio e de agência, e falou também da "ilegitimidade" das forças políciais acederem a imagens de televisão não editadas, os chamados 'brutos', debate levantado nos últimos dias a propósito da estação pública.
 
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, vai inclusive pedir ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República um parecer sobre a legitimidade da PSP ter acesso a imagens de 'brutos'.
 
A solicitação surge após Miguel Macedo ter recebido o relatório da PSP sobre o acesso às imagens televisivas não editadas da RTP relativas aos incidentes que ocorreram no dia 14 de novembro junto à Assembleia da República.
 
No mesmo debate de hoje, que decorreu em Lisboa, o jornalista António Louçã, da Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP, disse que o "Brutosgate", nome que atribui ao caso envolvendo a estação pública e a PSP, não surgiu inocentemente, tendo em conta a anunciada privatização da empresa.
 
"Será uma coincidência inocente? Penso que não", questionou.
 
O encontro de jornalistas, que juntou algumas dezenas de profissionais, focou-se noutros desafios que a classe enfrenta: a precariedade de vínculos e a propriedade dos órgãos de comunicação social foram temas também discutidos por representantes da classe.
 
"Qual o lugar na profissão quando as empresas têm o poder exclusivo de decidir quem entra, quem sai, quem continua na profissão e em que condições?", interrogou o presidente do sindicato.
 
O encontro de hoje foi também encarado como um passo prévio a um futuro congresso dos jornalistas portugueses, que se poderá também estender à sociedade civil.
 

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