PPF (CMP) MBA – Lusa, com foto de José Coelho
O presidente do
Sindicato dos Jornalistas (SJ), Alfredo Maia, criticou hoje a "fúria
legislativa" do Governo na área da comunicação social, apontando que a
mesma contraria o "mandato" dos profissionais do setor para servir os
cidadãos.
Falando num debate
organizado pelo SJ, e que decorreu durante toda a tarde em Lisboa, Alfredo Maia
reiterou que o SJ está "na primeira linha" na defesa do serviço
público noticioso, quer de televisão, rádio e de agência, e falou também da
"ilegitimidade" das forças políciais acederem a imagens de televisão
não editadas, os chamados 'brutos', debate levantado nos últimos dias a
propósito da estação pública.
O ministro da
Administração Interna, Miguel Macedo, vai inclusive pedir ao Conselho
Consultivo da Procuradoria-Geral da República um parecer sobre a legitimidade
da PSP ter acesso a imagens de 'brutos'.
A solicitação surge
após Miguel Macedo ter recebido o relatório da PSP sobre o acesso às imagens
televisivas não editadas da RTP relativas aos incidentes que ocorreram no dia
14 de novembro junto à Assembleia da República.
No mesmo debate de
hoje, que decorreu em Lisboa, o jornalista António Louçã, da Comissão de
Trabalhadores (CT) da RTP, disse que o "Brutosgate", nome que atribui
ao caso envolvendo a estação pública e a PSP, não surgiu inocentemente, tendo
em conta a anunciada privatização da empresa.
"Será uma
coincidência inocente? Penso que não", questionou.
O encontro de
jornalistas, que juntou algumas dezenas de profissionais, focou-se noutros
desafios que a classe enfrenta: a precariedade de vínculos e a propriedade dos
órgãos de comunicação social foram temas também discutidos por representantes
da classe.
"Qual o lugar
na profissão quando as empresas têm o poder exclusivo de decidir quem entra,
quem sai, quem continua na profissão e em que condições?", interrogou o
presidente do sindicato.
O encontro de hoje
foi também encarado como um passo prévio a um futuro congresso dos jornalistas
portugueses, que se poderá também estender à sociedade civil.
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