Expresso - Lusa
O antigo Presidente
da República considera que Cavaco Silva tem andado muito calado, lamentando que
tenha quebrado esta semana o silêncio num "hotel de luxo."
Mário Soares
escusou-se hoje a comentar a atuação do atual Chefe de Estado mas afirmou que
Cavaco Silva "teve a ideia peregrina" de esta semana quebrar o
silêncio "num hotel de luxo".
"Ele realmente
teve a ideia de falar e teve a ideia peregrina de ir falar a um hotel de luxo,
também não é o sítio onde deve falar, afirmou Mário Soares, em Lisboa, durante
uma apresentação do seu livro "Crónica de um tempo difícil".
Mário Soares
respondia a uma pessoa da audiência da apresentação, que o questionou sobre a
atuação do Presidente da República.
"Eu não posso
falar do Presidente da República, porque me fica mal falar de uma pessoa que me
sucedeu. Portanto, é muito desagradável, quando uma pessoa começa a dizer mal
do seu sucessor parece que tem ciúmes dele e não é o caso, nunca tive",
começou por dizer Soares.
PR "perdeu a
fala"
"O Presidente
da República, enfim, tem estado muito calado. Tem havido jornais que dizem
´perdeu a fala o senhor Presidente da República'. Há jornais que dizem isso, eu
vi um artigo de fundo num jornal que diz isso e achei graça", afirmou.
O Presidente da
República, Cavaco Silva, disse na terça-feira que irá "guiar-se por
pareceres jurídicos aprofundados" e pelo "interesse nacional" na
avaliação do Orçamento para 2013 e que não vai "reger-se" por
"palpites", nem aceitará "pressões".
"Ninguém me
pressionará sobre essa matéria, é uma questão de grande relevância nacional e
eu atuarei de acordo com o interesse nacional, não vou reger-me, não tenham
dúvidas, por qualquer palpite, venha daqui ou de acolá", garantiu o chefe
de Estado.
À margem da
inauguração de um hotel em Lisboa, Cavaco Silva sublinhou que "em matéria
de constitucionalidade" irá guiar-se "por pareceres jurídicos
aprofundados e não por qualquer ideia que aqui ou ali se formula mas bastante
superficial".
O Presidente da
República falava aos jornalistas, depois de interrogado sobre os sucessivos
apelos que lhe têm sido feitos para que peça a fiscalização preventiva da
constitucionalidade do Orçamento do Estado para 2013.
Sem comentários:
Enviar um comentário