domingo, 25 de novembro de 2012

Portugal: GOVERNO APROVA PRIVATIZAÇÃO DA RTP EM DEZEMBRO

 

José António Lima - Sol
 
O ministro Miguel Relvas, que tem a pasta da comunicação social, garante que o processo de privatização da RTP vai avançar de acordo com o calendário decidido pelo Governo. «Em Dezembro, será levado para aprovação em Conselho de Ministros o modelo de privatização», assegura Miguel Relvas ao SOL, confirmando que tem nas mãos o documento com 3 cenários possíveis que lhe foi enviado pelo actual conselho de administração da RTP.
 
Recorde-se que, no final de Agosto, o Governo dera a conhecer no SOL que tinha em cima da mesa quatro modelos de privatização e que o preferido passaria – como, logo a seguir, o consultor António Borges confirmaria na TVI – pela concessão total a um operador privado do serviço público da RTP e da RDP e pelo fecho da RTP2. A divulgação desta solução para o futuro da empresa suscitou uma enorme polémica pública e levou mesmo à demissão do conselho de administração da empresa, então presidido por Guilherme Costa, que manifestara publicamente a sua discordância de tal solução.
 
Entretanto, a nova administração liderada por Alberto da Ponte, que tomou posse em Setembro, enviou ao Governo um estudo com 6 propostas alternativas – que, depois, reduziu para 3 – de assegurar o serviço público de rádio e televisão. Com base nas quais será decidido o modelo em Conselho de Ministros.
 
O que parece poder ser posto de lado é o cenário de fecho da RTP2. Alberto da Ponte e a actual administração são contra tal hipótese, considerando que é impraticável o cumprimento do serviço público sem um canal como a RTP2 vocacionado para as minorias. E o próprio ministro Miguel Relvas já terá dado sinais de que o Governo está aberto a recuar neste ponto.
 
Tendo em conta que a privatização ou a concessão a privados, total ou parcial, da empresa irá consumar-se em 2013, o Governo anunciou que a indemnização compensatória transferida dos cofres do Estado para a RTP se reduzirá no próximo ano para 52 milhões de euros (tem sido cerca de 90 milhões nos últimos dois anos) e cessará por completo a partir de 2014.
 
Direcções reduzem-se de 23 para 10
 
Apenas será mantida a taxa da contribuição audiovisual, paga pelos contribuintes nas facturas da electricidade, e que ascende a um montante entre os 140 e os 150 milhões de euros anuais. Este valor será, em princípio, entregue ao concessionário privado como contrapartida do Estado pela prestação do serviço público.
 
Neste contexto de contenção de custos de funcionamento e de redução das subvenções do Estado, a RTP tem vindo a diminuir significativamente, nos últimos anos, a sua folha de despesas e encargos salariais. É neste quadro que está prevista para breve, pela administração de Alberto da Ponte, a redução das actuais direcções da empresa para menos de metade, passando de 23 para 10. Esta e outras medidas de cortes orçamentais na empresa terão, aliás, contribuído para a demissão do director de Informação da RTP, Nuno Santos.
 
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