Jornal i – Lusa
O líder nacional do
PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje no Funchal, não ter "nenhum
problema em enfrentar a impopularidade" causado pelas medidas de austeridades
que o Governo precisa tomar.
"Posso bem com
aqueles que pensam diferente de mim e posso bem com aqueles que acham que
estamos a seguir um caminho de austeridade excessiva. Confio muito na
inteligência dos portugueses", declarou Pedro Passos Coelho no encerramento
do XIV congresso regional do PSD-Madeira.
Segundo o
responsável, o PSD tem de "saber ir contra a corrente e manter
firmeza", adiantando que o partido e o Governo "não quer alinhar na
demagogia e no populismo que nos trouxeram até aqui".
O líder nacional
social-democrata também criticou os que defendem a renegociação do acordo com a
'troika', considerando que essa decisão significaria que o país iria
"prolongar por muitos anos um estado de austeridade".
Pedro Passos
Coelho, numa abordagem à política de coesão europeia, apontou os problemas do
mau aproveitamento dos fundos comunitários, considerando que "muita gente
supôs que se podia viver de forma contínua acima das suas possibilidades e
construíram-se muitas infraestruturas que se calhar não eram muito
necessárias".
Para o líder do
partido do Governo, quando são anunciadas obras para o futuro, é preciso ter
"a certeza que investimento justifica o rendimento que vão criar".
"Estamos a
meio do programa de ajustamento, (...), estamos a meio caminho de poder dizer à
'troika': cumprimos e agora vamos tratar da nossa vida", destacou Passos
Coelho, sublinhando que "hoje o grande desafio que Portugal tem é o de
conseguir refazer as condições de prosperidade no futuro".
Sobre o Conselho
Europeu, que se realizou no último fim de semana, o primeiro-ministro apontou
que as negociações indicam ser possível atingir um acordo ao nível dos 27
países na questão do orçamento europeu para o período 2014-2020 no início do
próximo ano.
"Portugal e a
Madeira precisam desses investimentos", disse, adiantando que Portugal
deixou "claro que se irá bater pelas correções que são necessárias à
última proposta apresentada".
"Não podemos
permitir que uma região como a Madeira fique sem 75% do financiamento",
sustentou.
Dirigindo-se ao
PSD-Madeira, Pedro Passos Coelho destacou que, passado o momento de divisão
eleitoral que opôs Alberto João Jardim e Miguel Albuquerque, "o que
interessa é a unidade do partido".
O líder nacional
social-democrata respondeu ainda à exigência de Jardim de uma revisão
constitucional, ressalvando que "como não é possível sem os socialistas,
não vale a pena perder tempo com fantasmas".
"Por isso,
Alberto João Jardim, independentemente daquilo que o PSD tiver como posição,
não se espante que eu não perca tempo a falar da revisão constitucional, o que
me interessa é saber dentro dos limites que temos, até onde podemos ir, até
onde podemos explorar a capacidade da Madeira resolver os seus problemas sem
comprometer os limites constitucionais que hoje temos", disse.
Assegurando não ter
uma "visão desconfiada da autonomia regional", Pedro Passos Coelho
concluiu o discurso de cerca de 45 minutos declarando que o partido nacional
saberá ser "muito solidário para que as incompreensões não pesem demasiado"
aos sociais-democratas insulares.
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