MYB - VM - Lusa
São Tomé, 20 nov
(Lusa) - A União dos Sindicatos da Saúde são-tomense ameaça apresentar "na
próxima semana" um pré-aviso de greve caso não haja acordo com o Governo
sobre o "caderno reivindicativo" para o setor, disse hoje fonte daquela
organização.
"Nós, desta
vez, estamos mais fortes, mais organizados, todos os sindicatos da saúde estão
unidos e falamos todos numa só voz", advertiu Benvinda Vera Cruz,
representante da União dos Sindicatos da Saúde, adiantando que os sindicalistas
"não hesitarão em avançar como um pré-aviso de greve caso na próxima
semana não haja uma luz sobre as negociações em curso com o governo".
A principal
reivindicação dos médicos é a implementação da carreira da saúde. Mas a União
dos Sindicatos exige também do Governo a "criação de condições de
trabalho, concretamente o abastecimento dos hospitais com reagentes,
medicamentos e consumíveis", entregue a 12 de novembro último, disse
Benvinda Vera Cruz à Lusa.
Composto por quatro
sindicatos, nomeadamente dos Médicos (SIMED), dos Técnicos da Saúde (SINATESA),
dos Enfermeiros e Parteiras (SINEP) e dos Serviços Gerais (SINCERGERS), a União
dos Sindicatos reivindica também a "reintegração dos reformados que ainda
estão em condições de trabalhar" e reclama a "ausência de boas
relações humanas" entre a direção do hospital e os funcionários afetos ao
Ayres de Menezes.
Uma ronda negocial
realizada na última quarta-feira com o ministro da Saúde e Assuntos Sociais,
Carlos Gomes, foi inconclusiva.
Segundo a fonte dos
sindicatos, "o ministro Carlos Gomes alegou no encontro ter acabado de
assumir o cargo, pelo que ainda não dispõe de elementos suficientes" para
avaliar as reivindicações dos médicos, enfermeiros, parteiras e outro pessoal
de saúde.
"O senhor
ministro prometeu levar as nossas preocupações ao Conselho de Ministros, mas
alegou que irá viajar e só regressa ao país na próxima semana, por isso
pediu-nos para esperar pelo seu regresso", disse Benvinda Vera Cruz.
Os sindicatos dizem
ter constatado "diversas situações lamentáveis que apoquentam o dia a dia
laboral" dos seus membros e manifestam-se desagradados com o
"conteúdo da conversa" tida com o ministro das Finanças e Cooperação
Internacional, Américo Ramos, no âmbito das negociações para a implementação da
carreira da saúde, cujo memorando foi assinado no ano passado e colocou fim a
uma paralisação dos médicos do principal hospital de São Tomé.
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