terça-feira, 11 de junho de 2013

UGT admite "guerra" com o governo por causa da requisição civil de professores

 

Jornal i - Lusa
 
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, avisou hoje o Governo que abrirá "uma guerra" com a central sindical, se avançar com a requisição civil na greve dos professores do dia 17.
 
“Devo dizer que, se o Governo levar por diante essa ameaça velada [de avançar com a requisição civil de professores], vai criar uma guerra com a UGT que acho é desnecessária”, disse à Lusa o secretário-Geral da União dos Trabalhadores, Carlos Silva.
 
“Satisfeito” com a determinação da comissão arbitral que considera não se justificar decretar serviços mínimos para a greve agendada pelos professores para o dia 17, Carlos Silva adiantou que, com a requisição civil, o governo poria em risco a relação com “o único parceiro social da área dos trabalhadores que sempre tem sido muleta dos vários governos, nomeadamente este último”.
 
Depois de no ano passado a UGT ter feito um acordo com o Governo “atravessando-se em defesa do país”, Carlos Silva espera agora que a tutela “tenha a sensatez e a sensibilidade de manter um parceiro social que continua a ter um papel relevante e que quer fazer parte da solução e não dos problemas”.
 
O líder da UGT afirmou ainda que já hoje transmitiu, telefonicamente, “a vários membros do Governo" a posição da central, que subscreverá “as posições dos sindicatos da FNE (Federação Nacional de Educação), sindicatos com responsabilidade, liderados por figuras incontornáveis da tendência social democrática, que não tem um braço um braço de ferro”, mas que estão “a defender aquilo que acham que é seu por justiça e por direito”.
 
Esperando que “de ambos os lados haja sensatez”, Carlos Silva deixa ainda o recado de que “a troika não manda no país e tem que ser o Governo a dizer à troika que a submissão é tempo que já lá vai”.
 
Carlos Silva reagia ao anúncio de que o colégio arbitral nomeado para decidir sobre a determinação de serviços mínimos na greve dos professores do dia 17 decidiu que não há lugar à sua decretação.
 
A decisão de decretar serviços mínimos vem no seguimento da entrega do pré-aviso de greve por nove estruturas sindicais para a greve da próxima segunda-feira, dia em que se iniciam os exames nacionais do ensino secundário, com as provas de Português A e B e Latim, estando a sua realização em causa.
 
Carlos Silva falava em Santarém, onde hoje visitou a Feira Nacional de Agricultura, que decorre no centro nacional de Exposições (CNEMA) até ao próximo dia 16.
 

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