Um ataque a uma
coluna de viaturas matou um militar e feriu outros cinco na região de Muxúnguè,
Sofala, centro de Moçambique, após serem "surpreendidos por um
tiroteio", disseram hoje à Lusa várias fontes.
Em declarações à
Lusa, José Luís, pároco de Muxúnguè, citando um padre que viajava na escolta
militar para Save, disse que a coluna foi atacada a 20 quilómetros de Muxúnguè,
incidindo contra a "viatura de avanço do exército", na qual foram
registadas as baixas.
"Hoje outro
ataque fez um morto e cinco feridos, todos militares. Um padre que estava a
viajar na referida coluna confirmou o ataque que ocorreu a menos de 20
quilómetros de Muxúnguè", disse José Luís, por telefone, à Lusa.
Uma fonte médica
confirmou a entrada das vítimas de ataques no hospital rural de Muxúnguè, para
onde é encaminhada a maioria das vítimas de confrontos na região.
Na quarta-feira, um
ataque, atribuído a homens armados ligados à Resistência Nacional Moçambicana
(Renamo), maior partido da oposição, fez três mortos e feriu com gravidade
cinco civis, incluindo dois jogadores do clube de Chibuto (Gaza, sul), equipa a
ser treinada pelo português João Eusébio.
Um autocarro de
passageiros da empresa Etrago, contratada para movimentação de militares nas
regiões centro e sul, foi "fortemente metralhado", quando a coluna de
viaturas foi parada na zona de Chimutanda, a 15 quilómetros da vila de
Muxúnguè, uma área onde este tipo de ataques é pouco habitual, e não distante
de uma posição do exército.
"Foi um outro
banho de sangue hoje. O hospital rural de Muxúnguè está cheio de militares e
estão a impedir a entrada de civis. Os militares feridos chegaram numa viatura
civil", disse à Lusa um residente local.
O hospital rural de
Muxúnguè tem estado sob forte vigia militar desde que homens armados ameaçaram
invadir a unidade, para a retirada de "kits" de medicamentos.
Desde abril de 2013
Moçambique vive o pior momento de tensão político-militar após a assinatura do
Acordo de Paz, em 1992, que pôs fim a guerra civil dos 16 anos, entre o Governo
e a Renamo, com ataques a coluna de viaturas que já fizeram dezenas de mortos e
feridos.
Lusa, em Notícias ao Minuto
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