sexta-feira, 30 de maio de 2014

Sistema financeiro mundial está avariado e corrupto - Xanana Gusmão




Díli, 30 mai (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, acusou o sistema financeiro mundial de ser corrupto e estar avariado, num discurso proferido durante a terceira reunião ministerial do G7+, presidido por Timor-Leste, que terminou hoje em Lomé, no Togo.

"Vivemos num mundo caracterizado por um sistema financeiro avariado e corrupto, em que o suor e o sangue dos nossos povos beneficiam os super-ricos internacionais", afirmou Xanana Gusmão, recordando que os povos dos países frágeis continuam a sofrer.

O primeiro-ministro timorense chegou quarta-feira ao Togo para participar na reunião do G7+, organização criada em abril de 2011 que reúne 18 Estados-membros, entre os quais, Timor-Leste e Guiné-Bissau, e que defende reformas no modo como a comunidade internacional apoia os países frágeis ou em situação de pós-conflito.

"É um mundo em que a divisão nos nossos países ajuda os poderosos a ditar as condições dos pobres, ao mesmo tempo que transferem o seu dinheiro de um lado para o outro a fim de evitar pagar impostos e assim contribuir para o bem-estar humano. Infelizmente, as elites globais beneficiam do perpetuar da divisão, da intolerância e do ódio", salientou.

Segundo Xanana Gusmão, o mundo atual enfrenta uma "crise de confiança", que vai desde o "fracasso das instituições financeiras internacionais ao comportamento político dos poderosos".

"No nosso mundo subdesenvolvido, a crise é uma crise de liderança. Atualmente a liderança não consiste em ter um líder, mas sim em ter um entendimento nacional e um compromisso por parte dos homens e das mulheres relativamente aos interesses coletivos do país e às aspirações do povo", disse.

No discurso, o primeiro-ministro timorense insistiu que o "mundo precisa mudar" e que os Estados frágeis têm de ser ativos naquela mudança.

Do Togo, Xanana Gusmão segue para a Guiné Equatorial onde deve chegar domingo para uma visita de trabalho, que termina a 04 de junho.

MSE // APN - Lusa

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