O
País (mz)
Na
65ª ronda do diálogo político, iniciado em Dezembro de 2012, o governo e a
Renamo poderão hoje fixar os entendimentos que vão resultar no segundo “acordo
geral de paz”
O
Governo e a Renamo poderão selar, esta segunda-feira, o acordo final que poderá
ditar o fim das hostilidades militares que desde o ano passado provocaram
dezenas de mortes, na Estrada Nacional número 1 (EN1), em particular.
Depois
de 64 rondas negociais, divididas entre recuos e avanços, com momentos de quase
ruptura por meio, as partes anunciaram, semana finda, ter chegado a uma
plataforma de entendimento que permitiu que 95% dos pontos em discussão
tivessem acordo.
No
seio da sociedade moçambicana, aguardam-se com expectativa as decisões da ronda
negocial de hoje, que pode mesmo ditar um segundo “Acordo Geral de Paz” para o
país.
De
Roma a Maputo
Os
acordos que podem hoje ser fechados entre o governo e a Renamo trazem consigo
algumas semelhanças e factos curiosos. Enquanto o Acordo Geral assinado na
capital italiana, a 4 de Outubro de 1992, foi o culminar de dois anos de
conversações intensas, o acordo de Maputo está a ser negociado há cerca de ano
e meio, mais precisamente 13 meses.
Segundo
dados avançados pela equipa negocial do governo na actual crise
político-militar, os acordos que forem fechados na ronda de hoje deverão passar
pela chancela dos líderes das duas partes envolvidas no diálogo, nomeadamente,
o Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, num encontro que, em princípio, deverá ter lugar em Maputo.
Para
além do tempo de duração do diálogo entre os acordos de Roma e de Maputo ser
aproximado, há ainda o facto de os dois acordos terem resultado de tensões
militares que se traduziram em mortes de vários cidadãos, entre militares e
civis.
Um
negociador e dois signatários
Dentre
as curiosidades entre Roma e Maputo, está o facto de o acordo que se prevê
próximo estar nas mãos de duas personalidades que também estiveram envolvidas
no fim da guerra dos 16 anos.
O
acordo de Maputo vai passar pelo crivo do um dos negociadores-chefe e um dos
signatários de Roma. Guebuza liderou a equipa negocial do governo, tendo como
contraparte Raúl Domingos pela Renamo, enquanto Dhlakama foi o signatário, a
par do então Presidente da República, Joaquim Chissano.
Dhlakama
vai assinar, pela segunda vez, um acordo para devolver a paz aos moçambicanos,
mantendo deste modo o papel desempenhado em 1992, enquanto Guebuza fá-lo-á pela
primeira vez.
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