quarta-feira, 30 de julho de 2014

"Uma centena" de mortos e feridos em ataque de segunda-feira na China -- grupo uigure




Pequim, 30 jul (Lusa) -- O ataque registado na segunda-feira em Xinjiang provocou "uma centena" de mortos e feridos, segundo um grupo de defesa dos uigures, a principal etnia daquela região muçulmana do noroeste da China.

Um grupo de homens "armados com facas" atacou na segunda-feira de manhã uma esquadra da polícia e prédios públicos na região de Shache, referiu a agência oficial chinesa, citando a polícia local.

"Polícias mataram dezenas de membros do grupo armado", de acordo com a agência oficial, acrescentando que as investigações iniciais indicaram que o ataque foi premeditado.

"Os tumultos causaram uma centena de mortos e feridos", afirmou hoje Dilxat Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigure, organização de defesa dos uigures, com sede em Munique (Alemanha), citando fontes locais.

Na terça-feira, a agência Xinhua indicou que "dezenas de uigures (minoria muçulmana) e hans (etnia maioritária na China) foram mortos e feridos.

A China tem experimentado, nos últimos meses, uma série de ataques sangrentos em sítios públicos, em Xinjiang e outros locais, atribuídos pelas autoridades aos uigures islâmicos.

Um atentado suicida, cometido em maio, no mercado de Urumqi, capital de Xinjiang, fez 43 mortos - incluindo quatro agressores - e uma centena de feridos.

Em reação, Pequim anunciou uma vasta campanha de luta antiterrorista, que se traduz em dezenas de prisões, condenações massivas, exibições públicas dos "terroristas" e execuções após julgamentos sumários.

Xinjiang tem nove milhões de uigures - muçulmanos de língua turca -, sendo uma parte de radicais que, segundo as autoridades chinesas, vem realizando ataques mortais nos últimos meses.

Os grupos de direitos humanos acreditam que a política repressiva da China contra a cultura e religião dos uigures alimenta as tensões e violência na região.

Muitos uigures, hostis ao domínio chinês da região, dizem-se vítimas de discriminação e de exclusão de investimentos em Xinjiang.

FV (CSR) // JPF - Lusa

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