Pequim,
30 jul (Lusa) -- O ataque registado na segunda-feira em Xinjiang provocou
"uma centena" de mortos e feridos, segundo um grupo de defesa dos
uigures, a principal etnia daquela região muçulmana do noroeste da China.
Um
grupo de homens "armados com facas" atacou na segunda-feira de manhã
uma esquadra da polícia e prédios públicos na região de Shache, referiu a
agência oficial chinesa, citando a polícia local.
"Polícias
mataram dezenas de membros do grupo armado", de acordo com a agência
oficial, acrescentando que as investigações iniciais indicaram que o ataque foi
premeditado.
"Os
tumultos causaram uma centena de mortos e feridos", afirmou hoje Dilxat
Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigure, organização de defesa dos
uigures, com sede em Munique (Alemanha), citando fontes locais.
Na
terça-feira, a agência Xinhua indicou que "dezenas de uigures (minoria
muçulmana) e hans (etnia maioritária na China) foram mortos e feridos.
A
China tem experimentado, nos últimos meses, uma série de ataques sangrentos em
sítios públicos, em Xinjiang e outros locais, atribuídos pelas autoridades aos
uigures islâmicos.
Um
atentado suicida, cometido em maio, no mercado de Urumqi, capital de Xinjiang,
fez 43 mortos - incluindo quatro agressores - e uma centena de feridos.
Em
reação, Pequim anunciou uma vasta campanha de luta antiterrorista, que se
traduz em dezenas de prisões, condenações massivas, exibições públicas dos
"terroristas" e execuções após julgamentos sumários.
Xinjiang
tem nove milhões de uigures - muçulmanos de língua turca -, sendo uma parte de
radicais que, segundo as autoridades chinesas, vem realizando ataques mortais
nos últimos meses.
Os
grupos de direitos humanos acreditam que a política repressiva da China contra
a cultura e religião dos uigures alimenta as tensões e violência na região.
Muitos
uigures, hostis ao domínio chinês da região, dizem-se vítimas de discriminação
e de exclusão de investimentos em Xinjiang.
FV
(CSR) // JPF - Lusa
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