terça-feira, 7 de outubro de 2014

China: HONG KONG DESMOBILIZA, CUMPRE-SE A VONTADE DE PEQUIM. DIÁLOGO?




A população de Hong Kong defensora de mais democracia e do direito de escolherem por eleição democrática quem os governa naquela região autónoma viu-se compelida a desmobilizar os protestos. Uns dizem que por cansaço, outros que assim acontece por medo de reação tipo Tianamen por parte de Pequim. Um ou outro motivo é suficiente para terem desmobilizado … por agora. Tal não implica que não voltem a lutar pelo que idealizam com toda a pertinência. 

Corre célere pela comunicação social que Pequim está aberto ao diálogo com o grupo cívico pela democracia. Até parece que não viu e ouviu as centenas de milhares de cidadãos de Hong Kong a exigir mais democracia. Pequim e os seus tiques ditatoriais prefere aliar-se às tríades mafiosas para atemorizar manifestantes do que lhes proporcionar o óbvio: a democracia na essência de eleições que escolham quem e como os governa. 

Diz o ditado que o hábito faz o monge. Pequim está habituado a temer eleições que não possa controlar. Compreende-se. É quase impossível que ditadores se passem para processos democráticos sem medo. E Pequim tem muito medo dessa coisa chamada democracia. Prefere umas “aberturazitas” e vá que não vá… Esperemos sentados (para não cansar) para saber quais os frutos efetivos do anunciado diálogo. (MM / PG)

Comandante da polícia "sem arrependimentos" sobre o uso de gás lacrimogéneo

06 de Outubro de 2014, 14:30

Hong Kong, China, 06 out (Lusa) - O comandante da polícia de Hong Kong que decidiu utilizar gás lacrimogéneo contra os manifestantes pró-democracia que ocupavam o centro da cidade a 28 de setembro, disse não ter arrependimentos e garantiu que voltaria a dar a ordem.

De acordo com o jornal South China Morning Post, o superintendente era o responsável pela zona de Admiralty naquela noite.

"Não tenho arrependimentos. Se não tivesse usado [o gás], e eles tivessem passado [o cordão policial], podíamos ter tido feridos graves ou pior", explicou, referindo-se aos acontecimentos de 1992, quando 21 pessoas morreram esmagadas em Lan Kwai Fong.

"Se voltasse a estar na mesma situação, e se verificasse uma ameaça séria à segurança pública, faria o mesmo", disse.

O agente, que pediu ao jornal para não ser identificado, explicou que, caso não avançasse com o uso de gás lacrimogéneo, mortes podiam acontecer, e que a medida foi apenas uma forma de prevenir ferimentos em larga escala, caso o cordão policial tivesse sido quebrado.

"A intenção não era dispersar a multidão, era parar as investidas e garantir que não havia pessoas esmagadas", disse.

"As pessoas que estavam à frente, nas primeiras três ou quatro filas, eram muito agressivas nas suas ações para com a polícia, espetando os chapéus-de-chuva, dando pontapés nos agentes", explicou ao jornal.

Questionado sobre se o chefe do Executivo, CY Leung, tinha sido informado da sua decisão, o comandante negou: "Nunca foi uma ação ofensiva, tratou-se de defender o cordão e garantir que as pessoas não eram esmagadas".

No passado sábado, a polícia voltou a lançar gás sobre um grupo de manifestantes que se concentrou em frente a uma esquadra no bairro de Mong Kok, mas desta vez apenas gás pimenta.

ISG (DM/FV)// JCS

Cidade regressa lentamente à normalidade

06 de Outubro de 2014, 15:18

Hong Kong, China, 06 out (Lusa) -- Várias centenas de manifestantes continuavam hoje concentrados em vários pontos de Hong Kong à espera que o Governo local e as associações estudantis acordem os termos do diálogo político, numa altura em que os funcionários públicos regressaram ao trabalho.

Cerca de 3.000 funcionários da Administração Pública de Hong Kong voltaram hoje ao trabalho nos edifício cujas ruas adjacentes foram tomadas por milhares de estudantes que contam já nove dias acampados no local.

As imediações da sede do Governo, lugar onde estiveram concentrados sem descanso milhares de estudantes, amanheceram com poucas dezenas de manifestantes.

A zona de Admiralty, epicentro dos protestos, viveu hoje a manhã mais tranquila dos últimos dias com apenas uma centena de estudantes ali acampados e onde ainda na sexta-feira estavam milhares de pessoas.

Já o bairro de Mong Kok, onde ocorreram confrontos entre partidários de uma reforma democrática mais profunda e os detratores da ocupação das ruas, tinha ao início da manhã uma centena de pessoas a ocupar as ruas, ainda que o número de manifestante fosse diminuindo ao longo da manhã.

Algumas ruas da zona comercial de Causeway Bay continuam ocupadas por manifestantes, mas a atividade comercial continua a funcionar.

Ao mesmo tempo que as ruas começam a ficar desimpedidas os grupos estudantis que lideram as manifestações e o Governo continuam em conversações para estabelecer um marco de diálogo sobre a reforma eleitoral que permita colocar um ponto final no bloqueio de ruas.

As escolas secundárias da zona central voltaram a abrir portas embora o transporte escolar não esteja em total funcionamento devido ao corte de algumas artérias.

Já a bolsa de Hong Kong está aberta sem qualquer entrave à negociação e subia a meio da sessão 0,52%.

JCS // JCS

"A bola está nas mãos do Governo", defende líder estudantil

06 de Outubro de 2014, 16:45

Hong Kong, 06 out (Lusa) - A decisão sobre o rumo dos protestos em Hong Kong está agora nas mãos do Governo e na disponibilidade para o diálogo que for demonstrada, defende o presidente da Federação dos Estudantes, Alex Chow.

Se um encontro do Governo com os manifestantes acontecer entre hoje e amanhã, será recebido como um sinal de sinceridade, diz o ativista ao jornal South China Morning Post.

No entanto, se for adiado para mais tarde, vai suscitar dúvidas sobre a integridade do Governo e a sua sinceridade no que toca à disponibilidade para dialogar.

Alex Chow explica que, para os estudantes, é difícil recuar quando o Governo não mostra sinais de mudança.

"A bola está nas mãos do Governo", diz, referindo-se ao fim dos protestos. "Estamos todos à espera e a observar como o Governo atua, para ver se é apenas uma tática ou se estão mesmo dispostos a dialogar. Se os manifestantes vão ou não recuar, isso depende do Governo", afirma.

ISG // JPS

Desmobilização cresce, com diálogo com o Governo no horizonte

07 de Outubro de 2014, 13:11

Hong Kong, China, 07 out (Lusa) - Depois de uma semana intensa, o número de manifestantes pró-democracia nas ruas de Hong Kong diminuiu hoje, ao mesmo tempo que foi aberta a porta para o diálogo com o Governo.

De acordo com a AFP, entre 200 a 300 manifestantes estavam hoje de manhã nos três principais locais da cidade onde, desde dia 28 de setembro, se juntaram dezenas de milhares de pessoas.

Já na segunda-feira a cidade voltava a uma relativa normalidade, com a maioria dos funcionários a regressar ao trabalho (depois de uma Semana Dourada de feriados), as escolas a reabrir e o fim do bloqueio à sede do Governo, onde cerca de 3.000 pessoas puderam voltar a ocupar os seus postos.

Ainda assim, algumas rotas de autocarros continuam desviadas devido às barreiras que se mantêm nas ruas. Como consequência, a circulação automóvel é lenta, com muitos engarrafamentos.

O movimento pró-democracia conseguiu atrair um vasto apoio da opinião pública, mas após oito dias de paralisação, o descontentamento começou a fazer-se sentir, descreve a AFP.

Os estudantes, que na segunda-feira à noite se encontraram com um representante do Governo para "discussões preliminares" sobre a abertura de um diálogo oficial, aceitaram iniciar uma negociação.

"Vamos ter várias rondas de negociação", explicou Lester Shum, secretário-geral adjunto da Federação de Estudantes de Hong Kong, uma das organizações que lidera o movimento.

Já Ray Lau, responsável pelos assuntos constitucionais e da China continental, manifestou "esperança" que se possa "exprimir o respeito mútuo" durante estas discussões.

Ray Lau deve hoje encontrar-se com os estudantes para fixar uma data e local para a abertura das conversações a serem realizadas com a número dois do Executivo local, Carrie Lam.

ISG // JCS

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