Coutinho Macanandze –
Verdade (mz)
Anualmente,
pelo menos 16 mil crianças moçambicanas, de 10 a 15 anos de idade, ficam
infectadas pelo VIH/SIDA em todo o território moçambicano devido à violação
sexual, ao inicio precoce de relações sexuais, à vulnerabilidade deste grupo
por causa de problemas relacionados com a pobreza e os hábitos culturais.
A
informação consta de um relatório sobre “Situação das Crianças em Moçambique 2014” , lançado esta
quarta-feira (22), em
Maputo. O estudo indica que ainda prevalecem as altas taxas
de propagação de VIH/SIDA nesta faixa etária. Concorrerem para esta situação a
violação sistemática do direitos dos petizes e a sua maior exposição ao início
precoce da actividade sexual, o que resulta dos altos índices de pobreza urbana
e rural.
O
representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em
Moçambique, Koenraad Vanermelingen, disse que a situação é preocupante.
Crianças de 10 a
15 anos de idade praticam relações sexuais antes de estarem preparadas para o
efeito com o intuito de adquirir dinheiro para satisfazer as necessidades
básicas das suas famílias.
Vanermelingen
explica que há necessidade de impedir, por via da legislação, algumas práticas
culturais que colocam a criança em situação de risco. Deve haver maior respeito
pelos direitos deste grupo cujos pais e encarregados de educação são também os
protagonistas de actos que atentam contra a sua saúde.
“O
nível de contaminação pelo VIH/SIDA duplicou em Moçambique, este ano, quando
comparado com 2008, altura em que se registou metade do número acima referido,
o que quer dizer que 12 porcento das 12 milhões de crianças [que existem em
todo o país] contraem o SIDA anualmente”.
Outro
aspecto apontado por Vanermelingen prende-se com a fraca rede de serviços
sociais básicos, que, na sua opinião, não respondem à demanda por causa da
exiguidade de infra-estruturas; por isso, o número de assistentes sociais
reduziu.
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