O
Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) condenou hoje o Estado Português
a pagar 5.550 euros por demora da Justiça num processo relativo a Porto de Mós,
disse o advogado Jorge de Jesus Ferreira Alves.
Segundo
o advogado de Matosinhos, o requerente, nascido na Batalha em 1946, interpôs
uma ação em março de 2006 no Tribunal de Porto de Mós, para ver reconhecida uma
servidão de passagem.
A
29 de novembro de 2013, o tribunal de 1.ª instância decidiu a causa
parcialmente a favor do requerente, da qual recorreu da parte que não lhe dava
razão para a Relação de Coimbra a 28 de janeiro de 2014, onde se encontra
pendente, adiantou o advogado.
Segundo
a decisão do TEDH, o processo já leva oito anos, cinco meses e 25 dias,
considerando ter havido violação dos artigos 6.º e 13.º da Convenção dos
Direitos do Homem.
No
artigo 6.º, relativo ao direito a um processo equitativo, lê-se que qualquer
pessoa tem direito a que a sua causa seja examinada, equitativa e publicamente,
num prazo razoável por um tribunal independente e imparcial.
O
artigo 13.º diz respeito ao direito a um recurso efetivo.
Para
Jorge de Jesus Ferreira Alves, "cada ação em Portugal merece uma
condenação no TEDH, uma vez que qualquer ação demora mais do que quatro
anos".
"Ontem
[quinta-feira] tinha 98 ações no TEDH, hoje tenho 97, porque esta foi
resolvida", declarou à Lusa o advogado que já conseguiu que Portugal fosse
condenado mais de 100 vezes em processos no Tribunal Europeu sediado em
Estrasburgo.
Lusa, em Notícias ao Minuto
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