Frelimo
“esmagado” no sul do país: dos 61 lugares em disputa nos quatro círculos,
assegurou 49
Quando
a Assembleia da República abrir as portas para a VIII Legislatura, a Frelimo
vai entrar com uma maioria absoluta de 145 deputados, pelo menos. Trata-se de
uma vitória confortável para viabilizar os projectos do futuro governo de
Filipe Nyusi sem necessidade de negociações com a oposição. Ainda assim, o
número de assentos regrediu e está longe dos 191 que, em 2004, enformaram o
discurso de vitória retumbante e esmagadora.
Em
sentido contrário, a Renamo e o MDM ganharam mais lugares, o que abre boas
perspectivas para uma confrontação de ideias na chamada “Casa do Povo”. O
partido de Afonso Dhlakama, que desde 1994 luta contra a hegemonia política da
Frelimo, elegeu 88 deputados, contra os 51 que fizeram a VII Legislatura.
Trinta e sete (37) lugares é uma recuperação significativa após a hecatombe de
2009.
Já
o MDM duplicou o registo de há 5 anos, com 16 assentos. Trata-se de resultado
muito abaixo das perspectivas que se abriram após o notável desempenho nas
eleições autárquicas de 2013. No círculo da capital, por exemplo, o MDM perdeu
56 317 votos dos 120 807 obtidos nas autárquicas.
Ainda
assim, a cidade de Maputo é o círculo onde o partido de Daviz Simango foi mais
votado: 64 490, seguido de Nampula, o maior círculo eleitoral, onde foi
preferido por 57 416. Mas o registo de 16 lugares é substantivo para travar a
bipolarização da Frelimo e Renamo.
O
País (mz)
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