Entre
os presos estão os líderes estudantis Joshua Wong e Lester Shum. Polícia pretende desmantelar outro acampamento nesta quarta-feira (26).
Mais
de 100 pessoas foram detidas, entre eles os líderes estudantis Joshua Wong e
Lester Shum, e ao menos 20 ficaram feridas na madrugada desta quarta-feira (26)
em Hong Kong, em
enfrentamentos entre policiais e manifestantes pró-democracia durante a
operação para remoção de parte das barricadas do distrito operário de Mong Kok.
A
polícia, que mobilizou milhares de agentes, utilizou gás e cassetetes para
dispersar os manifestantes que ocupavam novas ruas do bairro de Mong Kok,
depois que uma das zonas tomadas pelos protestos há quase dois meses foi
desocupada.
Os
agentes prenderam mais de 100 pessoas por acusações que incluem formação de
quadrilha, agressão a um oficial, posse de armas e obstrução das autoridades,
durante os intensos enfrentamentos que se prolongaram durante 12 horas, até
depois das 3h da madrugada de hoje (17h de Brasília da terça, 25), informaram
fontes policiais em um comunicado.
Entre
os presos estão os líderes estudantis Joshua Wong e Lester Shum, segundo
confirmaram representantes da Federação dos Estudantes de Hong Kong, uma das
organizações que organizam os protestos através das redes sociais.
Joshua
Wong, que figurou na capa da revista "Time" no início das
manifestações, é o líder do movimento estudantil Scholarism, que reúne alunos
do ensino médio. Lester Shum, por sua vez, é um dos secretários da Federação
dos Estudantes de Hong Kong, organização que liderou as conversas com o governo
durante os protestos.
Além
das detenções, nove policiais tiveram que ser atendidos por ferimentos,
enquanto o número de manifestantes que precisam de atendimento médico ainda é
incerto.
Os
enfrentamentos começaram às 15h de terça (5h de Brasília), depois que agentes e
oficiais de justiça iniciaram uma operação para retirar as barricadas montadas
pelos manifestantes em um trecho de uma rua do bairro de Mong Kok, obedecendo a
uma ordem judicial.
Uma
vez que a rua foi esvaziada, os manifestantes se concentraram nas imediações,
desobedecendo às ordens da polícia para que deixassem a área.
A
tensão continuou enquanto centenas de policiais tentavam isolar a entrada de
algumas ruas para evitar que os manifestantes expandissem suas barricadas.
Os
concentrados, munidos de guarda-chuvas, capacetes e escudos, tentaram erguer
barricadas em novas ruas e interromperam o trânsito temporariamente em duas
vias.
O
tenso embate entre policiais e manifestantes em Hong Kong deve
prosseguir nesta quarta, já que o governo local anunciou que vai utilizar força
policial para dispersar a principal aglomeração em Mong Kok.
A
operação, considerada de alto risco, prevê o desmantelamento do acampamento na
Rua Nathan, onde centenas de barracas se estendem por mais de 500 metros . Essa rua é
uma das grandes artérias do trânsito da península de Kowloon.
O
bairro de Mong Kok, que tem alta densidade de população e concentra grande parte
da atividade comercial e turística da ex-colônia britânica, foi palco de alguns
dos enfrentamentos mais violentos desde que começaram os protestos
pró-democráticos.
Enquanto
o apoio da população ao movimento está em declínio, os manifestantes se recusam
a deixar as ruas, especialmente após 60 dias de protestos.
G1 Globo
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