Carlos
Diogo Santos – jornal i
As
comissões dos submarinos pagas aos cinco clãs e o investimento de 900 milhões
de euros da PT em dívida da Rioforte são dois desses inquéritos
O
Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) já abriu quatro
investigações ao caso BES/Grupo Espírito Santo (GES), existindo ainda o caso
Monte Branco, em
que Ricardo Salgado , ex-presidente executivo do BES, já foi
constituído arguido por suspeitas de burla, abuso de confiança, falsificação e
branqueamento de capitais.
A
atenção do departamento liderado por Amadeu Guerra e as investigações formais
já iniciadas estão centradas em várias operações do Grupo Espírito Santo (GES)
tornadas públicas pelo i desde o último ano: as comissões pagas à
família Espírito Santo no negócio dos submarinos, o investimento de 900 milhões
de euros da Portugal Telecom na holding Rioforte e o uso da sociedade suíça
Eurofin para alegadamente desviar dinheiro do BES para o GES. Além destes
inquéritos, o i apurou ainda que a equipa constituída por
procuradores do DCIAP, inspectores da PJ e da Autoridade Tributária está ainda
a investigar formalmente a alegada manipulação de contas em holdings do Grupo
Espírito Santo.
Em
Julho, a Procuradoria-Geral da República confirmou pela primeira vez a
existência de várias investigações ao Grupo Espírito Santo, mas nunca até hoje
quis revelar o número de inquéritos em curso. Além destas averiguações, estão ainda a
ser investigadas irregularidades durante os processos de privatização de
empresas - assessorados pelo BES - por parte de responsáveis do banco. Mas, ao
que o iapurou, estão integradas no chamado caso Monte Branco.
AS
INVESTIGAÇÕES EM CURSO
Quando a 26 de Junho o i revelou o
investimento de 900 milhões de euros da Portugal Telecom na holding Rioforte já
o Ministério Público (MP) estaria atento a esta operação de financiamento,
tendo já em curso uma investigação formal. "Existem inquéritos em curso
relacionados com esta matéria", esclareceu fonte oficial da PGR nessa
altura.
Mas
não só a PT e a Rioforte estavam no horizonte do departamento do MP que
investiga a criminalidade económica mais complexa. O i sabe que a
alegada operação de descapitalização do BES no valor de 800 milhões de euros -
através de uma sociedade veículo criada pela Eurofin - para os colocar no GES é
outra das investigações lideradas pela equipa mista do DCIAP.
Além
disso, os investigadores têm ainda na sua mira os cinco milhões pagos como
comissão à família Espírito Santo no negócio dos submarinos. Uma operação cujos
contornos o i revelou em exclusivo no último mês e que o MP descobriu
após o levantamento do sigilo bancário na Suíça a contas particulares de cinco
membros da família Espírito Santo. O MP está a tentar perceber se essas
comissões recebidas através da Escom UK, empresa detida pelo GES, são legítimas
e legais.
Outra
das situações que levou o DCIAP a abrir inquérito foi alegada manipulação de
contas da holding Espírito Santo Internacional (ESI). Em Junho, a PGR já havia
também confirmado ao i estar atenta a este caso, depois de o
ex-contabilista Machado da Cruz ter revelado que Ricardo Salgado tinha
conhecimento desde 2008 de que parte do passivo da ESI não estava reflectido
nas contas. Ainda assim nunca fora até hoje confirmado que tinha sido aberto
qualquer inquérito.
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